A base governista está insatisfeita com o comportamento de Jair Bolsonaro. Nem mesmo o discurso mais ameno adotado no pronunciamento em rede nacional de rádio e TV na terça-feira (23) conseguiu mudar essa a opinião.
Contudo, o reflexo da insatisfação não recairá sobre a agenda de reformas, mas sobre a agenda ideológica do governo. A urgência nas reformas é entendida como um fator atenuante do grave momento vivido pelo país. Por conta da pandemia, Bolsonaro está sob pressão do mundo político. Líderes do Centrão governista afirmaram que apoiam o governo, mas que não irão ao fundo do poço com o presidente.
Em pronunciamento na TV, Bolsonaro evitou polêmicas, moderou o tom e focou o discurso nas vacinas.
“Quero tranquilizar o povo brasileiro e afirmar que as vacinas estão garantidas. Muito em breve retomaremos nossa vida normal. Solidarizo-me com todos que tiveram perdas em suas famílias. Vamos fazer de 2021 o ano da vacinação dos brasileiros”, disse.
Agenda de costumes
Na lista de 35 projetos prioritários entregue pelo governo aos parlamentares em fevereiro consta nove projetos da chamada “pauta de costumes”. São eles:
- PL 3723/2019 e PL 6438/2019 – Flexibilização de regras para o posse de armas;
- PLS 216/2017 – Revisão da lei de drogas, definindo como crime a corrupção de menor de 18 anos em caso de infração relacionada ao tráfico; e
- PLC 119/2015 – Altera o estatuto do índio em relação ao infanticídio, de forma a coibir a morte de bebês indígenas.
- PL 6125/2019 – Excludente de ilicitude, que evita punição a policiais que entrarem em confrontos armados em operações de Garantia da Lei e da Ordem (GLO).
- PL 3780/2020 – Aumento de pena para abuso sexual de menores;
- PL 6093/2019 – Documento único de transporte;
- PL 1776/2015 – Torna pedofilia um crime hediondo;
- PL 2401/2019 – Regulamenta o ensino domiciliar.