O governo federal lançou, nesta quarta-feira (16), o Plano Nacional de Imunização contra a Covid-19 em cerimônia no Palácio do Planalto. No evento, que contou com a presença de governadores e secretários estaduais de saúde, o presidente Jair Bolsonaro discursou em tom conciliador. Na mesma linha da campanha, que terá o slogan “Somos Uma Só Nação”, Bolsonaro se referiu a governadores em tom mais baixo do que o de costume.
“A grande força que demonstramos agora é a união para buscar a solução de algo que nos aflige há meses. Se algum de nós extrapolou ou exagerou foi no afã de procurar solução. Não sabíamos o que era esse vírus e, em boa parte, ainda não sabemos”, disse o presidente.
Bolsonaro e o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, destacaram que o governo federal deve adquirir quaisquer vacinas que forem aprovadas pela Anvisa. Um vídeo exibido na cerimônia, a partir de conteúdo institucional dos laboratórios que produzem imunizantes contra a covid-19, chegou a mostrar imagens e as marcas do Instituto Butantan e da farmacêutica Sinovac.
O governador de São Paulo, João Doria, não compareceu ao evento, que ocorreu no mesmo dia do seu aniversário de 63 anos.
O Plano Nacional de Imunização
De acordo com o documento, o Brasil já tem a disposição 350 milhões de doses de vacinas
COVID-19 por meio de encomenda tecnológica da Fiocruz/AstraZeneca (100,4 milhões de doses) e da iniciativa Covax Facility (42,5 milhões de doses).
O documento também cita a Pfizer/BioNTech, que deve prover 70 milhões de doses, além de 38 milhões de doses da Janssen. Sobre as vacinas que são produzidas pelo Instituto Butantan e pelas farmacêuticas Bharat Biotech, Moderna, Gamaleya e Janssen, o documento informa que foram solicitadas informações de preços, estimativa e cronograma de disponibilização de doses, dados científicos dos estudos.
Confira os pontos principais do PNI:
Termo de responsabilidade: Quem for se vacinar ainda durante o período em que as vacinas estiverem com aprovação para uso emergencial deverão preencher um termo de consentimento livre e esclarecido.
Grupos de Risco, que devem ter prioridade na vacinação: pessoas com idade superior a 60 anos; diabetes mellitus; doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC); doença renal; doenças cardiovasculares e cerebrovasculares; hipertensão arterial grave; indivíduos transplantados de órgãos sólidos; anemia falciforme; câncer e obesidade mórbida.
O plano também inclui como grupos prioritários: presos, indígenas, quilombolas, populações ribeirinhas, pessoas em situação de rua, refugiados e pessoas com deficiência.
Contraindicações: Pessoas menores de 18 anos de idade; Gestantes; Para aquelas pessoas que já apresentaram uma reação anafilática confirmada a uma dose anterior de uma Vacina COVID-19; Pessoas que apresentaram uma reação anafilática confirmada a qualquer componente da(s) vacina(s).
Registro online: Para controlar quem já recebeu a vacina e evitar a aplicação dobrada ou errada, o PNI prevê cadastro do CPF ou Cartão Nacional de Saúde (CNS) em plataformas online do Ministério da Saúde. Assim que receber uma dose, um banco de dados será atualizado com a informação que o cidadão já recebeu o imunizante. Em locais sem internet, o registro deverá ser feito em plataforma física.
Esses dados também vão servir para que o governo saiba qual porcentagem da população já foi vacinada.
Capacitação dos profissionais de saúde: O treinamento dos profissionais para vacinar a população será feito em parceria com o Conass e o Conasems. O curso denominado “Vacinação para covid-19: protocolos e procedimentos” será na modalidade de Educação a Distância (EaD), em conteúdo adequado ao perfil dos profissionais da rede do SUS. Será ofertado no âmbito do Campus Virtual Fiocruz, em acesso público e gratuito.
Distribuição e logística: A vacina será entregue aos governos estaduais e municipais em dois modais: terrestre e aéreo. Para o transporte no modal aéreo, o Ministério da Saúde terá o apoio da Associação Brasileira de Empresas Aéreas por meio das companhias aéreas, Azul, Gol, Latam e Voepass. O ministério também listou os locais onde há refrigeradores capazes que armazenar a vacina da Pfizer, que precisa ficar a temperatura de -70ºC.
Plano de Comunicação: Para incentivar a vacinação, o governo federal também prepara peças publicitárias para convencer a população sobre a segurança dos medicamentos. A campanha será veiculada na TV, Rádio, jornais e em cartazes.
Data para início da vacinação: ainda não foi definida.