O ministro do Turismo, Marcelo Álvaro Antônio, foi demitido pelo presidente Jair Bolsonaro na tarde desta quarta-feira (9). Ele foi vítima do desentendimento entre ministros que afeta o governo há meses.
De acordo com matéria do jornal o Globo, Álvaro Antônio usou um grupo de WhatsApp onde estão todos os ministros do governo Jair Bolsonaro para atacar o chefe da Secretaria de Governo (Segov), general Luiz Eduardo Ramos, responsável pela articulação política do Palácio do Planalto.
Álvaro Antônio teria acusado Ramos de negociar cargos com parlamentares, incluindo o cargo de ministro do Turismo. Disse que o colega conspirava para tirá-lo do cargo. Nas palavras de outra fonte do Planalto ouvida pelo jornal, ele “entrou no pau” contra o ministro da Segov, irritado pela suposta negociação de cargos.
Logo após a reunião na qual demitiu o ministro Marcelo Álvaro Antônio, Bolsonaro recebeu no Palácio do Planalto o presidente da Embratur, Gilson Machado, que é cotado para ocupar a posição, ainda que interinamente.
Outros atritos
Álvaro Antônio não é o primeiro ministro a ter atrito com o general Ramos. Em outubro, o ministro do Meio Ambiente, Eduardo Salles, também teve uma briga pública com o chefe da Segov e chegou a chamar o colega de “Maria Fofoca” no Twitter. A briga terminou com pedidos de desculpas da parte de Salles, mas o desconforto entre os dois permanece.
Mas, para o cientista político da Arko Advice, Cristiano Noronha, por mais que uma reforma ministerial esteja sendo preparada pelo o governo, a saída de Marcelo Álvaro Antônio não é um prelúdio da demissão de outros rivais de Ramos.
“A fala do Marcelo Álvaro foi muito pesada, dando a entender que há negociações espúrias entre o governo e Congresso Nacional. Foi isso que deixou Bolsonaro bem irritado. As divergências de Salles com Ramos nunca tinham chegado nesse nível. Portanto, não acho que a saída de Álvaro Antônio seja uma prévia de outras mudanças”, avaliou Noronha.