Os resultados divulgados pela Justiça Eleitoral já mostram que em São Paulo haverá segundo turno. A disputa será entre Bruno Covas (PSDB), que é candidato a reeleição e recebeu 32% dos votos, e Guilherme Boulos (PSOL), que recebeu 20% dos votos. 99% das urnas já foram apuradas.
Confira a votação dos principais candidatos:
Brunos Covas (PSDB) – 32,8%
Guilherme Boulos (PSOL) – 20%
Márcio França (PSB) – 13,6%
Celso Russomanno (Republicanos) – 10,5%
Antes mesmo dos resultados oficiais, os candidatos já haviam discursado, levando como certa a presença de Covas e Boulos no segundo turno. “A esperança venceu os radicais no primeiro turno e a esperança vai vencer os radicais no segundo turno”, disse Covas. “Radicalismo, para mim, é, no meio de uma pandemia, ter uma prefeitura que tem hospitais fechados ou parcialmente abertos”, rebateu Boulos.
O resultado obtido por Boulos representa um salto de última hora – o psolista tinha 15% na última pesquisa de intenções de voto, divulgada no sábado (14) pelo Datafolha.
Já Covas teve uma queda em relação ao que mostrava a última pesquisa, que previa que o atual prefeito receberia 37% dos votos.
Os resultados mostram que, na reta final, Boulos conseguiu atrair eleitores de esquerda que não viam chance de vitória nos candidatos em que votariam. Durante a campanha, o candidato apostou forte nas redes sociais como forma de divulgação, sempre mirando no voto útil dos eleitores da esquerda.
Segundo turno
A próxima etapa da eleição em São Paulo deve representar um desafio para Boulos. O analista político da Arko Advice, Carlos Eduardo Borenstein, avalia que, enquanto os eleitores de Márcio França devem se dividir entre os dois candidatos, Covas tem potencial para atrair também quem votou em Celso Russomanno (Republicanos) e Arthur do Val (Patriotas) no primeiro turno.
“Nota-se que a disputa entre Covas x Boulos, repete os embates do centro/centro-direita contra a esquerda. Em 2012, Fernando Haddad (PT) enfrentou José Serra (PSDB). Em 2008, Marta Suplicy (então no PT) enfrentou Gilberto Kassab (então no DEM). E em 2004, Marta Suplicy (PT) enfrentou José Serra (PSDB)”, também destaca.
“Os votos de Jilmar Tatto (PT) devem migrar para Boulos. Outro aspecto importante é significativa derrota do PT”, pontua.