Diante da crise econômica decorrente da pandemia do novo Coronavírus, o Tesouro Nacional aumentou a projeção para o tamanho da dívida pública federal em 2020 – se, antes, a estimativa era de R$ 4,75 trilhões em dezembro, a nova previsão fala em R$ 4,9 trilhões, segundo dados divulgado no Plano Anual de Financiamento, documento este que serve como referência para diretrizes, estratégias e metas para o endividamento público.
Segundo o Tesouro, o aumento da necessidade de financiamento do governo federal é o principal impacto para a dívida pública neste ano, marcado pela pandemia e por seus efeitos nefastos sobre a economia nacional. Como forma de cobrir essas despesas públicas extraordinárias, o Tesouro prevê maior utilização de títulos prefixados de curta duração e redução da participação de títulos remunerados por juros flutuantes.
Ainda de acordo com o documento, o súbito aumento do déficit nas contas públicas e aversão a riscos por parte dos investidores causou a piora significativa nas condições de mercado do país. No intuito de evitarem o pagamento de dívidas, o Tesouro usou sua reserva em caixa, a qual era capaz de suportar seis meses de vencimentos antes da pandemia, mas a estratégia fez a reserva diminuir e o Tesouro trabalhará agora com reservas de pelo menos três meses de vencimento.
A situação atual, segundo o PAF, é de restrição severa de liquidez, mas a decisão do Conselho Monetário Nacional de transferir R$ 325 bilhões do lucro com operações cambiais do BACEN para o Tesouro vai ajudar a aliviar a situação da reserva em caixa.