O governo brasileiro condenou “veementemente” o assassinato do chefe do Escritório Político do Hamas, Ismail Haniveh, ocorrido nesta quarta-feira (31) em Teerã, Irã. Em comunicado, o Itamaraty afirmou que atos de violência como esse dificultam a busca por estabilidade no Oriente Médio e a solução do conflito na Faixa de Gaza.
O Brasil criticou também o “desrespeito à soberania e à integridade territorial do Irã, em clara violação aos princípios da Carta das Nações Unidas”. Assim, Haniyeh e o guarda-costas que o acompanhava foram mortos por volta das 2h da manhã, no horário local, segundo os Guardas Revolucionários do Irã.
Na nota, o Itamaraty defende “conter o agravamento das hostilidades”. Além disso, reitera o pedido de cessar-fogo imediato na Faixa de Gaza para interromper a escalada de tensões na região.
O Brasil reitera o apelo a todos os atores para que exerçam máxima contenção, de modo a impedir que a região entre em conflito de grandes proporções e consequências imprevisíveis, às custas de vidas civis e inocentes, bem como exorta a comunidade internacional para que envide todos os esforços possíveis com vistas a promover o diálogo e conter o agravamento das hostilidades”, afirmou o ministério.
Poucas horas após comparecer à cerimônia de posse do novo presidente iraniano, Masoud Pezeshkian, assassinaram Ismail Haniyeh, figura importante na diplomacia internacional do Hamas. Além disso, o evento contou também com a presença do vice-presidente do Brasil, Geraldo Alckmin (PSB), que estava no Irã para representar o país.
O grupo radical islâmico Hamas e o governo de Israel estão em conflito armado desde outubro do ano passado. Musa Abu Marzouk, membro do gabinete político do Hamas, afirmou que o assassinato de Haniyeh “não será em vão”. O líder supremo do Irã, Ali Khamenei, declarou que é dever de Teerã vingar a morte do líder do Hamas, já que o ataque ocorreu na capital iraniana.