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Governo sob pressão – Análise

Desde janeiro, a desaprovação do governo cresceu cinco pontos percentuais. No mesmo período, a aprovação caiu quatro pontos

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As pesquisas de avaliação do governo Lula têm mostrado um país rachado. A recente sondagem PoderData apontou que 47% dos entrevistados desaprovam o governo. Outros 45% aprovam o presidente. Desde janeiro, a desaprovação cresceu cinco pontos percentuais. No mesmo período, a aprovação caiu quatro pontos.

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Foto: Ricardo Stuckert / PR

O crescimento da desaprovação ao governo também é observado na Câmara. De acordo com o instituto Quaest, cresceu de 33% para 42% a desaprovação do governo entre os deputados, na comparação com agosto de 2023. Já a aprovação entre os parlamentares oscilou negativamente de 35% para 33%.

Por ora, não surtiu efeito o pedido feito pelo presidente Lula (PT) aos ministros para que intensificassem a publicidade de suas realizações. Outro aspecto importante é que os resultados positivos na economia também não alteraram o humor dos brasileiros.

Este cenário traz consequências: 1) eleva o custo da governabilidade; 2) reduz o capital político de Lula; 3) fortalece a discussão em torno de uma reforma ministerial, gerando disputas no interior da base aliada; 4) pressiona a articulação política; e 5) intensifica a pressão pelo aumento do gasto público.

Contudo, mesmo com esse ambiente de pressão por todos os lados, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), segue prestigiado. Haddad é o ministro mais bem avaliado entre os deputados. Segundo o instituto Quaest, 48% dos parlamentares avaliam positivamente o trabalho do ministro da Fazenda, enquanto 29% consideram negativa a sua atuação.

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Foto: Diogo Zacarias/MF

Haddad, no entanto, terá que lidar com temas complexos, como a pressão de servidores públicos federais por reajustes salariais, o que poderá desencadear greves. Além disso, já existem estudos indicando a necessidade de uma nova Reforma da Previdência. E há ainda o tema da Reforma Administrativa, que mexe diretamente com os servidores públicos.

Não bastasse isso tudo, os temas fiscais continuam pressionando o governo. A promessa de entregar um déficit zero este ano está cada vez mais distante. A tragédia climática no Rio Grande do Sul provocou desafios adicionais, já que a reconstrução do estado demandará recursos federais bilionários.

A catástrofe gaúcha poderá provocar também um aumento de inflação nos alimentos, impactando diretamente os segmentos de menor renda, principal base eleitoral de Lula.

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