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Lula e Alckmin na articulação política? – Análise

A maior defesa de Lula na articulação ocorre após o presidente dizer que Haddad ler menos livros e conversar mais com os parlamentares

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Em entrevista concedida à GloboNews na semana passada, o presidente da Câmara, deputado Arthur Lira (PP-AL), defendeu um maior envolvimento do presidente Lula (PT) na articulação política do governo. Aliados também defendem que o vice-presidente, Geraldo Alckmin (PSB), participe da articulação.

Lula

Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

Os defensores da participação de Alckmin entendem que o vice-presidente poderia contribuir para quebrar as resistências dos setores conservadores em relação ao governo. A maior defesa de Lula e Alckmin na articulação ocorre após o presidente dizer que o ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), deveria deixar de ler livros para passar mais tempo conversando com os parlamentares. Na ocasião, Lula também cobrou “mais agilidade” de Alckmin.

A cobrança por uma maior participação de Lula na articulação política não é nova. Desde o início de seu terceiro mandato, em janeiro de 2023, o presidente tem sido criticado por não conversar com os parlamentares, conforme fazia em seus dois governos anteriores. Essa ausência de Lula na micropolítica estaria ocorrendo pela prioridade que o presidente estabeleceu para a agenda internacional. O elevado número de viagens internacionais de Lula desde 2023 é um sintoma disso. Paralelamente à tentativa de ser protagonista no cenário global, Lula tem dedicado pouco espaço em sua agenda para conversar com os parlamentares.

Os pedidos para que Lula atue mais na articulação política também podem ser entendidos como uma consequência das dificuldades de diálogo do ministro de Relações Institucionais, Alexandre Padilha (PT), principalmente com relação a Arthur Lira. Se, por um lado, Lula possui mais experiência e capacidade de diálogo, o envolvimento direto do presidente na articulação poderia aumentar sua exposição a potenciais conflitos. O mesmo poderia ocorrer com Alckmin.

Lula

Foto: Valter Campanato/Agência Brasil e Foto: Pablo Valadares/Câmara dos Deputados

Mesmo que existam falhas na articulação, não devemos menosprezar o fato de que a conjuntura do governo Lula 3 é mais complexa que a de seus dois governos anteriores. O presidente não tem hoje o mesmo capital político daquela época, o que reverbera no Congresso e eleva o custo da governabilidade. Sem falar nas mudanças orçamentárias, que deram mais poder ao Congresso Nacional, enfraquecendo o poder de agenda do Executivo.

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