Durante sua passagem pelo Rio de Janeiro, na semana passada, o presidente Lula (PT) participou da inauguração de uma unidade do Instituto de Matemática Pura e Aplicada (Impa). Lula também esteve presente no início das obras de drenagem da Baía de Guanabara para o Porto de Niterói.
Além do anúncio das obras do governo federal, o presidente realizou uma série de movimentações políticas de olho nas eleições de 2024 e 2026. Tais movimentações não ocorrem por acaso, afinal de contas o Rio de Janeiro, além de ser o terceiro maior colégio eleitoral do país, é o reduto político do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
No Rio, Lula participou do ato de filiação da ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, ao PT. A filiação de Anielle possui a simbologia do legado da vereadora assassinada Marielle Franco (PSOL), de quem Anielle era irmã.
Anielle Franco também desponta como o nome que o PT deseja indicar para vice na chapa do prefeito do Rio e pré-candidato à reeleição, Eduardo Paes (PSD). No entanto, o mais provável é que Paes aposte no deputado federal Pedro Paulo (PSD) como seu vice.
A vice de Paes está sendo bastante cobiçada, pois, caso o prefeito se reeleja, ele desponta como um provável pré-candidato a governador nas eleições de 2026. Apesar das resistências que a escolha de um nome ligado ao PT enfrenta, Lula será um cabo eleitoral de Eduardo Paes. O presidente trabalha para acumular forças e impor uma derrota ao deputado federal Alexandre Ramagem (PL-RJ), que representará o bolsonarismo no pleito.
Lula deve apoiar Rodrigo Neves
Lula trabalha no Rio em favor da construção de uma aliança para fazer frente ao bolsonarismo em seu reduto eleitoral. Essa construção não passa somente pela capital. Em Niterói, por exemplo, Lula deve apoiar Rodrigo Neves (PDT), que também terá o apoio do PSD.
Mesmo que tradicionalmente, São Paulo concentre as atenções do mercado político, o Rio é visto pelo Palácio do Planalto como um palco importante do embate com o bolsonarismo nas eleições de 2024 e 2026. Não por acaso durante sua passagem pelo Rio, Lula declarou que assumiu um país desmontado em janeiro de 2023, apostando na narrativa de polarização com o bolsonarismo.