A poucos dias da aposentadoria de Rosa Weber como ministra do Supremo Tribunal Federal aumentam as especulações sobre o próximo escolhido de Lula à Suprema Corte. Entre os cotados sempre despontaram o ministro da Advocacia Geral da União, Jorge Messias, e o presidente do Tribunal de Contas da União, Bruno Dantas, sendo o primeiro tido como favorito pela forte relação de confiança com o mandatário e com o Partido dos Trabalhadores.
No entanto, nos últimos dias ganhou força na bolsa de apostas o nome do Ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino (PSB). O ex-governador do Maranhão, senador eleito pelo estado, tem tido protagonismo no governo e incomodado o entorno do presidente que avalia a ida dele ao STF como forma de tirá-lo dos holofotes. Somado a isso, Dino é o único ministro da cota pessoal de Lula filiado a outro partido que não o PT. Aliados de Dino, no entanto, avaliam que, mesmo que assuma a cadeira de Rosa, o movimento não o tiraria do cenário político, já que ele pode renunciar à toga a qualquer momento e se lançar, por exemplo, numa corrida presidencial.
O entorno do ministro acredita ainda que a pressão por Dino, além de agradar o decano do STF, Gilmar Mendes, abriria uma nova disputa pela divisão da pasta hoje ocupada pelo maranhense. No início do governo, petistas pressionaram para que Justiça e Segurança Pública fossem divididas, o que não ocorreu, graças também a força de Dino junto a Lula. Agora, a saída dele seria uma oportunidade de retomar a discussão sobre o fatiamento da pasta.
Lula deve bater o martelo sobre o nome que assumirá a toga numa decisão casada com o indicado que assumirá a Procuradoria Geral da República, no lugar de Augusto Aras. Entre os favoritos estão o vice-procurador-geral eleitoral, Paulo Gonet, e o subprocurador-geral da República, Antonio Carlos Bigonha. Gonet é o favorito de Gilmar Mendes e do ministro Alexandre de Moraes, enquanto Bigonha é nome defendido pelos petistas. Há quem acredite que se Lula fizer uma escolha que agrade Moraes e Mendes no STF evitará o nome defendido pelos dois na PGR, e vice-versa. Essa seria uma forma de não empoderar tanto a dupla de ministros, visto o histórico de reveses sofridas por Lula na Corte.