Quem é Baleia Rossi, candidato a presidente da Câmara dos Deputados

O deputado Baleia Rossi e o ex-ministro da Cidadania, Osmar Terra. Foto: Foto: Valter Campanato/Agência Brasil

Luiz Felipe Baleia Tenuto Rossi, conhecido como Baleia Rossi (MDB-SP), é um dos pré-candidatos que disputam pelo apoio de Rodrigo Maia (DEM-RJ) na eleição pela presidência da Câmara dos Deputados, que deve ocorrer em fevereiro de 2021. Deputado federal desde 2014, foi presidente regional do MDB em São Paulo e atualmente chefia o diretório nacional do partido.

Rossi ganhou visibilidade no último ano por ser autor de uma das propostas de reforma tributária que tramitam no Congresso: a PEC 45 de 2019, que se baseia no projeto do economista Bernard Appy. Teve atuação expressiva como líder do MDB na Câmara na articulação da Reforma da Previdência.

O principal argumento a favor da escolha de Baleia Rossi como candidato do grupo de Maia à presidência da Câmara é que seria a melhor forma de manter unidos os votos do MDB. Como o voto é secreto, há quem receie infidelidade dos parlamentares.

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Por outro lado, devido ao papel central que o MDB desempenhou no impeachment de Dilma Rousseff, partidos da oposição, que também são visados na articulação de Maia, possuem maior resistência ao nome de Baleia Rossi.

Trajetória política

Rossi é filiado ao MDB desde o início de sua vida política, que começou na Câmara de Vereadores de Ribeirão Preto (SP), onde ocupou uma cadeira por três mandatos. Quando já era deputado federal, chegou a se candidatar à prefeitura do município, mas perdeu no segundo turno.

Polêmicas

O deputado vem de família de políticos – é filho do ex-deputado federal Wagner Rossi, que foi ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento nos governos Lula e Dilma. Wagner Rossi deixou o cargo em 2011, sob suspeita de participar de esquema de corrupção dentro do ministério. Em 2018, a família de Rossi se viu, pela segunda vez, no centro de uma investigação de corrupção. De acordo com investigação da Polícia Federal, Paulo Luciano Tenuto Rossi, o irmão do presidente do MDB, teria recebido R$ 1 milhão que seria proveniente de caixa dois da Odebrecht.

Além da relação familiar, as investigações não apontaram participação ou ligação de Baleia Rossi nesses dois casos.

Por outro lado, o nome de Rossi foi citado, em 2016, na investigação sobre um grupo de parlamentares que extorquia empresas responsáveis pelo fornecimento de merenda em São Paulo. Em 2018, o inquérito contra Rossi foi arquivado a pedido do STF.

Principais defesas e opiniões

>> Relação com o governo. Na convenção do MDB em que foi eleito presidente, Baleia Rossi defendeu que o partido tenha uma postura de maior independência do governo. “Nosso partido foi até conhecido como o partido da governabilidade, mas, por isso, nós pagamos um preço muito alto também. Precisamos escolher nossas bandeiras, ter a nossa identidade, precisamos saber que é possível viver sem governo. Precisamos de agenda, mas não precisamos de governo para sobreviver, porque o MDB é maior do que isso”, discursou.

>> É contra o impeachment de Bolsonaro. Apesar de defender a independência do partido em relação ao governo federal, o deputado vem rebatendo o argumento dos colegas que falam em impeachment do presidente. “Entendo que o impeachment desestabilizaria nosso país, então acho que no meio de uma pandemia querer discutir isso é um desserviço ao nosso país, aos brasileiros, às famílias que estão enlutadas”, disse à CNN.

>> Ciclo de reformas. Baleia Rossi é entusiasta da agenda de reformas. Foi um apoiador da Reforma Trabalhista, motivo pelo qual, na época, conquistou o antagonismo dos partidos de esquerda. Por ser autor de um dos textos que tramitam no Congresso, Rossi é defensor da aprovação rápida da Reforma Tributária. “O tema reforma está absolutamente maduro. Seria muito prejudicial ao País não conseguirmos votar até o recesso parlamentar de dezembro”, disse o deputado ao jornal Estado de S.Paulo.

>> Manutenção do Teto de Gastos. “Essa foi uma grande conquista do país. O teto organizou nossa economia contra a gastança desenfreada e sem responsabilidade fiscal”, disse ao Valor Econômico.

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