Preço menor da gasolina terá efeito na inflação do mês, diz economista da FGV

Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

A redução no preço da gasolina, que passará de R$ 4,06 para R$ 3,86 por litro, a partir desta quarta (20) deve levar a uma queda de 0,05 ponto porcentual na inflação deste mês e de até 0,10 ponto no índice de agosto, de acordo com cálculos do economista André Braz, da Fundação Getúlio Vargas. Os preços do diesel não foram alterados.

“A cada 1% de queda no preço da gasolina, a inflação recua 0,07 ponto porcentual. Como a redução de 4,9% nos preços da gasolina é na refinaria, ela não chega nessa mesma magnitude à bomba, que não tem gasolina pura, mas do tipo C, com 27% de álcool anidro. No fim, grosso modo, mais ou menos um terço dessa queda nas refinarias vai chegar de fato à bomba, pouco menos de 2%”, calcula o economista da FGV.

A redução do preço da gasolina, de R$ 0,20 por litro, ou -4,93%, -e primeira queda desde dezembro do ano passado e o valor volta a ser o mesmo de maio deste ano. No último ajuste, anunciado pela empresa no mês passado, o preço médio de venda de gasolina havia subido de R$ 3,86 para R$ 4,06 por litro (alta de 5,18%)

Os valores estabelecidos para a venda pelas refinarias operadas pela empresa são um dos fatores de composição do preço final dos combustíveis nos postos. Na venda ao consumidor final incidem impostos federais e o ICMS fixado pelos estados, além da margem de lucro cobrada pelos donos dos postos.

A Petrobras afirma que, considerando a mistura obrigatória de 73% de gasolina tipo “A” e 27% de etanol anidro para a composição do produto final vendido aos consumidores, a parcela da empresa no preço passará de R$ 2,96, em média, para R$ 2,81 a cada litro vendido na bomba.

A gasolina teve queda nas últimas três semanas, por conta da limitação do ICMS aprovada pelo Congresso. A proposta teve origem na Câmara, onde foi aprovada com o objetivo de reduzir os preços, principalmente, dos combustíveis e da conta de luz em ano eleitoral. A medida fez o preço médio da gasolina passar de R$ 7,39 para R$ 6,07. A redução nas refinarias deve empurrar o valor ainda mais para baixo.

Apresentada pelo presidente Jair Bolsonaro (PL) como solução para baixar o preço do diesel, a importação do produto da Rússia é vista hoje como inviável pelo setor, diante das sanções impostas ao país após o início da guerra na Ucrânia. Grandes distribuidoras e importadores de combustíveis avaliam que o risco é alto e há apenas uma empresa, de Santa Catarina, com autorização para buscar diesel em refinarias russas, mas o negócio ainda não foi concretizado.

Segundo um dos participantes de reunião para tratar do assunto, os russos ofereceram o produto, mas sem detalhar volumes nem preços. Nenhum acordo foi selado no encontro.

Postagens relacionadas

Frente Parlamentar do Biodiesel critica inclusão de coprocessados em projeto

Paralisação do Ibama trava projetos de energia, petróleo e mineração. Veja lista

Polícia retoma controle do campus da Universidade Columbia

Usamos cookies para aprimorar sua experiência de navegação. Ao clicar em "Aceitar", você concorda com o uso de cookies. Saiba mais