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Grandes bancos redescobrem o sistema de venda via consórcios, criado há 60 anos

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Grandes bancos redescobriram os consórcios e estão turbinando o mercado dessa espécie de “vaquinha” organizada, invenção brasileira que completa 60 anos e é usada hoje para comprar de tudo. Os grupos vão de produtos, como imóveis, veículos, tratores e drones, a serviços como cirurgia plástica.

Com isso, as vendas do primeiro semestre tiveram o melhor desempenho em dez anos. Entre janeiro e junho, foram comercializadas 1,85 milhão de cotas, alta de 12,1% ante 2021, aponta a associação que representa o setor – Abac.

O aumento expressivo, segundo Edna Maria Honorato, presidente do conselho da Abac, é resultado dos altos juros do financiamento – concorrente do consórcio. O brasileiro tem dificuldade de poupar, tanto pela falta de educação financeira quanto pela insuficiência de renda. E isso explica o sucesso do consórcio.

“O Brasil é um dos poucos países do mundo que têm consórcio porque falta educação financeira: as pessoas precisam de um boleto para conseguir guardar dinheiro”, diz Pablo Alencar, diretor da corretora Valor Capital.

Atraídos pela facilidade de fazer uma “poupança forçada” que será o passaporte para realizar um sonho de consumo, muitos compram um consórcio sem saber exatamente onde estão pisando e sem comparar as condições do contrato com as de um financiamento.

Taxa de juros mantida

Pesquisa do Valor com 109 instituições financeiras aponta que 82 delas esperam que o Banco Central mantenha a taxa básica de juros inalterada em 13,75% na decisão de política monetária desta semana. Outras 27 aguardam um ajuste residual de 0,25 ponto percentual, que levaria a Selic a 14% no fim do ciclo.

A coleta de dados também reforça a hipótese de que, após a reunião de quarta-feira, a taxa de juros permaneça inalterada até o encerramento do ano, período em que ainda ocorrerão mais duas decisões do Copom. Apenas duas das 108 instituições ouvidas acreditam em ajustes residuais nas reuniões de outubro e dezembro.

O aperto monetário colocado em marcha pelos principais bancos centrais para tentar controlar a alta da inflação pode deflagrar um cenário de recessão global em 2023, alertou o Banco Mundial em relatório divulgado na semana passada.

O estudo adverte para o crescente risco de crises financeiras em economias emergentes e em desenvolvimento. Segundo estimativas da entidade, para controlar a escalada dos preços, os BCS ao redor do mundo terão que subir juros em uma média de 2 pontos porcentuais.

Se acompanhado por estresse nos mercados financeiros, esse ritmo desaceleraria o crescimento do PIB do planeta a 0,5% em 2023 e de 0,4% em termos per capita.

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