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Temer: instabilidades são passageiras

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O presidente Michel Temer afirmou que as “instabilidades são passageiras e não podem ser levadas a sério”. “Levadas a sério têm que ser questões que levamos adiante nesse momento difícil”, disse durante participação no evento Brasil Futuro, em Brasília.

Em meio a uma forte crise que atingiu ministros e a Presidência, Temer disse que “de vez em quando” o país passa por uma instabilidade institucional em função de instituições que não são sólidas. “É interessante que de vez em quando há uma certa instabilidade institucional, um fato ou outro. Como nós não temos instituições muito sólidas, qualquer fatozinho, me permitam a expressão, abala as instituições”, afirmou.

“Então o investidor fica um pouco assustado, seja nacional, e muito maiormente o estrangeiro. Mas essas instabilidades são passageiras e elas não podem ser levadas a sério, porque levado a sério tem que ser o país”, completou.

No mesmo evento, discursou o ministro da Transparência, Fiscalização e Controladoria-Geral da União, Torquato Jardim, para quem o trabalho da gerência do Estado necessariamente é um trabalho de pressão. Dizendo adotar uma “perspectiva pragmática”, na condição de “cogerente da República”, ele criticou “quem não for preparado para viver com pressão”. “Pressão faz parte da gerência da República. Quem não for preparado para viver com pressão tome Isordil ou mude de hospital”, disse o ministro.

Ao término do evento, Torquato Jardim negou que se referisse ao caso envolvendo o ex-ministro da Cultura Marcelo Calero, que deixou o cargo alegando ter sofrido pressão interna no governo.

O cientista político Murillo Aragão, da Arko Advice, responsável pela realização do evento, afirmou em discurso que mudanças estão ocorrendo no país, desde aprovação do limite do crescimento do gasto público a mudanças no currículo do ensino médio.

“A recuperação da credibilidade econômica do Brasil irá demorar, mas o certo é que hoje temos um rumo muito mais adequado”, disse Aragão. “Vejo como mais importante a disposição do governo para o diálogo”, disse.

‘Retomada’

Durante o evento, o presidente da República afirmou também que espera a provação da Proposta de Emenda Constitucional (PEC) que fixa um teto de crescimento para o gasto público “por uma boa margem de votos” nesta terça-feira no Senado Federal. De acordo com o presidente, a aprovação da PEC é um passo essencial para a retomada do crescimento porque contribui para a volta da confiança. “Primeiro passo é combater a recessão e como se combate: primeiro, com o teto de gastos”, disse.

Em seguida, ele apontou que o governo enviará “muito proximamente” a proposta de reforma da Previdência para o Congresso Nacional. “A recessão deve ser combatida para gerar crescimento”, prosseguiu.

Temer apontou ainda que é “natural que as pessoas tenham pressa” para essa retomada, mas que o governo não deve se impressionar com movimentos sociais, pois é natural que eles façam pressão. “Não temos que nos impressionar com os movimento sociais, com aqueles que postulam, porque são postulações legítimas. Isso só nos faz ficar mais atento ainda para logo alcançarmos o crescimento do país”, afirmou.

O presidente disse ainda que a maneira de se combater o desemprego é “prestigiando os setores produtivos”. E acrescentou que “prestigiar a iniciativa privada é cumprir o texto constitucional”.

De acordo com Temer, é necessário “harmonizar as duas forças produtivas do país, o empresariado e os trabalhadores”. Assim, prosseguiu, o governo também quer uma “readequação de natureza trabalhista” prestigiando o acertado sobre o legislado em acordos trabalhistas.

Ele apontou ainda que “o capital estrangeiro está ansioso para aplicar no Brasil” e afirmou que o governo se esforçará para sair da crise. “Estamos fazendo o possível para sair da recessão”, disse.

Matéria publicada no Valor Econômico em 29/11/2016.

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