Ao aceitar o cargo de ministro da Justiça do Governo Jair Bolsonaro, o juiz Sergio Moro dobrou a aposta no tabuleiro político brasileiro. Caso seja bem-sucedido, ele não se cacifa apenas para uma vaga no STF, mas pode almejar a Presidência da República.
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No novo cargo, o hoje magistrado irá cuidar diretamente de 2 dos 3 esteios do futuro governo: combate à corrupção, sua especialidade, e repressão à violência. Nada impede, porém, que se avance sobre o terceiro esteio bolsonarista: o resgate dos valores e costumes tradicionais.
Depois de prender Lula, o maior líder popular da história do Brasil ao lado de Getúlio Vargas, e interferir diretamente nas eleições de 2018, Moro deve ter percebido que nada de mais grandioso poderia fazer caso se mantivesse na 1ª instância do Judiciário. Como juiz, ganhou fama internacional ao liderar a Lava-Jato.
Como ministro, ao lado de Bolsonaro, também alvo das atenções globais, o juiz poderá ir mais longe. Se sua disposição de prender corruptos de colarinho branco e abater marginais for genuína e se tornar efetiva, a dupla Moro & Bolsonaro poderá mudar a cara do cenário político brasiliano.
A partir de 1º de janeiro, os brasileiros que elegeram Bolsonaro querem ver meliantes do erário, assassinos e estupradores presos – noves fora, os que querem todos mortos. Resta saber se a Esplanada dos Ministérios, em Brasília, tem espaço suficiente para dois egos do tamanho da nova dupla dinâmica da política brasileira.
* Itamar Garcez é jornalista