SÃO PAULO: As eleições de 2018 no Estado


Quando questionado sobre as eleições de 2018, o prefeito de São Paulo (SP), João Doria (PSDB), em que pese as especulações de seu nome como potencial presidenciável, tem afirmado que seu candidato ao Palácio do Planalto é o governador Geraldo Alckmin (PSDB-SP). Também cotado para disputar o Palácio dos Bandeirantes, Doria tem dito que deseja concluir os quatro anos como prefeito da capital paulista.

Apesar das negativas, Doria tem pontos a favor de sua candidatura

1. possui uma gestão bem avaliada (veja abaixo a tabela de avaliação da administração Doria);

2. tem o perfil de gestor, uma das demandas de parcela expressiva do eleitorado dos grandes centros urbanos;

3. é um político de centro-direita e com imagem de “não político”, o que ajudaria a esvaziar a pré-candidatura do deputado federal Jair Bolsonaro (PSC-RJ), que dado o desgaste dos tucanos Aécio Neves, Geraldo Alckmin e José Serra, passou a tirar votos do PSDB junto ao eleitorado mais conservador;

4. não está envolvido em nenhuma irregularidade sobre caixa dois de campanha, pois quando concorreu a prefeito, em 2016, o financiamento empresarial já estava proibido;

5. em pesquisa do instituto Paraná realizada no Estado de São Paulo sobre a sucessão presidencial de 2018, Doria é o candidato do PSDB com melhor intenção de voto, tendo mais intenção de voto até mesmo que Alckmin. Doria também desponta como o líder da sondagem (ver tabela abaixo). Outro ponto importante a ser destacado é a imagem de João Doria, que ao lado do ex-ministro do STF Joaquim Barbosa, Bolsonaro e do senador Álvaro Dias (PV-PR) são os únicos que ainda não disputaram uma eleição presidencial. Como Doria demonstra ser eleitoralmente mais viável que Barbosa, Bolsonaro e Dias, tem mais espaço para ocupar o espaço da novidade no tabuleiro de 2018.

Doria é também um potencial candidato a governador

João Doria é também um forte candidato ao Palácio dos Bandeirantes. No cenário em que seu nome é incluído na simulação de intenção de voto para o governo de São Paulo, Doria aparece isolado na liderança (ver tabela abaixo). Ele tem 31,5 pontos percentuais a mais que o presidente da FIESP, Paulo Skaf (PMDB), que está em segundo lugar. Caso seja candidato a governador, João Doria criaria grandes dificuldades para Skaf, já que ambos possuem um perfil similar. Doria também criaria obstáculos para outras alternativas do campo governista como, por exemplo, o ministro de Ciência e Tecnologia, Gilberto Kassab (PSD), e o vice-governador Márcio França (PSB). Nesse cenário 1, o ex-prefeito de São Paulo Fernando Haddad (PT) largaria com baixa intenção de voto.

No cenário 2 testado pelo instituto Paraná, com o PSDB sendo representado pelo senador José Serra, a vantagem é do tucano. Porém, a distância de Serra para Skaf é de 13,5 pontos percentuais. Ou seja, com Serra, a liderança do PSDB na corrida pelo Palácio dos Bandeirantes é bem inferior se comparado ao cenário em que o candidato tucano é Doria. Os demais candidatos competitivos mencionados nesse cenário (o ex-prefeito de São Bernardo do Campo Luiz Marinho-PT e Márcio França-PSB) possuem baixa intenção de voto.

A força do “não político”

Nota-se também que se o nome de João Doria não aparece no tabuleiro, o chamado “não voto” atinge 33%. Na simulação anterior, com Doria aparecendo como candidato, esse índice soma 20,5%. Ou seja, Doria, que mesmo como prefeito segue se posicionando como gestor e dizendo que não é um político, atrai o voto da parcela do eleitorado que está desiludida com a política tradicional.

Em relação aos adversários do PSDB, o partido mais competitivo é o PMDB, assim como ocorreu na eleição de 2014, quando Paulo Skaf (PMDB) ficou à frente de Alexandre Padilha (PT). Conforme podemos observar, independente do cenário, o PMDB aparece mais forte eleitoralmente que o PT.

Caso José Serra seja o candidato do PSDB a governador, ele iniciará a disputa como favorito. Porém, como Paulo Skaf possui o recall de ter sido candidato ao Palácio dos Bandeirantes em 2014 e também vir do meio empresarial, assim como Doria, a eleição seria mais difícil para os tucanos.

A disputa pelo Senado

Caso seja candidato a senador, Geraldo Alckmin (PSDB) tem boas possibilidades de ser eleito. Hoje, Alckmin aparece na liderança, tecnicamente empatados com o deputado federal Celso Russomanno (PRB-SP), que também é um forte candidato a uma das duas vagas ao Senado na disputa de 2018. Nota-se também que a possibilidade do vereador Eduardo Suplicy (PT) e da senadora Marta Suplicy (PMDB-SP) serem candidato acaba dividindo os 30% do eleitorado de esquerda, podendo criar obstáculos para ambos.

Caso Alckmin concorra ao Senado, o ministro das Relações Exteriores, Aloysio Nunes Ferreira (PSDB-SP), que renovará seu mandato de senador no próximo ano, também terá uma disputa difícil pela frente. Potencial candidato a uma das vagas ao Senado, o ministro de Ciência e Tecnologia, Gilberto Kassab (PSD-SP), também teria uma disputa complicada pela frente, principalmente se Alckmin, Aloysio e Russomanno também concorrerem ao Senado.

Ou seja, os pré-candidatos ao Senado, sobretudo aqueles localizados do centro para a direita (Russomanno, Aloysio e Kassab) devem torcer para que Alckmin seja candidato à presidência da República, pois isso deixaria a disputa ainda mais indefinida, abrindo a possibilidade para um candidato desse campo herdar os votos que seriam do atual governador.

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