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Reforma da PrevidĂȘncia: a Ășltima cartada de Temer

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O presidente Michel Temer tenta, de qualquer forma, garantir a aprovação da Reforma da PrevidĂȘncia, ainda que numa versĂŁo bem mais enxuta do que a enviada ao Congresso. Mesmo diante de uma versĂŁo simplificada hĂĄ bastante resistĂȘncia por parte dos deputados.

ConteĂșdo negociado

  • Idade mĂ­nima de aposentadoria para homens (65 anos) e mulheres (62 anos).
  • Manutenção da regra de transição. O texto estabelece que a idade mĂ­nima, na regra de transição, começarĂĄ em 53 anos para mulheres e 55 para homens, sendo elevada em um ano a cada dois anos. HaverĂĄ ainda um pedĂĄgio de 30% sobre o tempo de contribuição que faltar para atingir 35 anos (homens) e 30 anos (mulheres).
  • InclusĂŁo de dispositivo para que a Desvinculação de Receitas da UniĂŁo (DRU) nĂŁo atinja as receitas da Seguridade Social. A DRU retira R$ 30 bilhĂ”es da Seguridade.

NegociaçÔes

O presidente Michel Temer deve aproveitar a semana para se reunir com integrantes da base. Os parlamentares aproveitarĂŁo o recesso “branco” do Congresso para sondar suas bases quanto ao apoio Ă  Reforma da PrevidĂȘncia.

A partir do dia 20 de novembro, os líderes partidårios reunirão suas bancadas para avaliar se as mudanças negociadas com o relator, Arthur Maia (PPS-BA), são suficientes para aprovar a emenda constitucional.

Problemas

O governo enfrenta pelo menos trĂȘs problemas. O primeiro Ă© a preocupação dos deputados com o desgaste polĂ­tico. Muitos jĂĄ se expuseram ao barrar duas denĂșncias da Procuradoria-Geral da RepĂșblica contra o presidente da RepĂșblica.

O segundo Ă© a pressĂŁo por mais espaço. Os partidos do CentrĂŁo estĂŁo de olho nos ministĂ©rios ocupados pelo PSDB, em especial o MinistĂ©rio das Cidades e a Secretaria de Governo. A mudança nĂŁo Ă© simples. Mesmo apĂłs uma carta do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso sugerindo que o PSDB deixe o governo a partir do dia 9 de agosto, Bruno AraĂșjo (Cidades) e Antonio Imbassahy (Secretaria de Governo) votaram, nas duas denĂșncias, a favor de Temer. É uma questĂŁo de lealdade a ambos.

O terceiro problema Ă© o tempo de aprovação. O Congresso entra em recesso a partir do dia 23 de dezembro. Ou seja, hĂĄ apenas cinco semanas de atividade legislativa este ano. A votação dos dois turnos na CĂąmara deve demorar de trĂȘs a quatro semanas. Se a CĂąmara nĂŁo concluir a votação da PrevidĂȘncia este ano, ela nĂŁo serĂĄ votada em 2018.

O que Temer tem a oferecer

2018 é um ano eleitoral. O governo tem até 31 de dezembro para empenhar emendas do Orçamento deste ano. Uma vez empenhadas, o governo pode pagå-las em 2019.

Embora o prazo-limite para uma Reforma Ministerial seja 6 de abril de 2018, o governo pode assumir com os aliados o compromisso de fazĂȘ-la no final deste ano ou no inĂ­cio do prĂłximo. AlĂ©m de ministĂ©rios, hĂĄ vĂĄrios outros postos cobiçados na administração federal que podem ser utilizados para conquistar apoio.

Um terceiro e importante argumento Ă© o de que a aprovação de uma Reforma da PrevidĂȘncia neste momento repercutiria muito bem no mercado financeiro – que jĂĄ estĂĄ pessimista em relação Ă  sua aprovação –, e consequentemente na economia. Com a economia crescendo e gerando emprego, a chance de quem hoje ocupa cargo polĂ­tico se reeleger aumenta.

Chance de aprovação da Reforma da PrevidĂȘncia

Hoje a probabilidade de aprovação da Reforma da PrevidĂȘncia ainda no governo Temer gira em torno de 30% a 40%.

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