A presidente Dilma Russeff deu novo passo em direção ao impeachment. Ontem (12), o Partido Progressista (PP) surpreendeu o governo ao anunciar o apoio ao impedimento de Dilma, uma medida que aprofunda a crise política petista. O Palácio do Planalto teme que a decisão impulsione o desembarque de outros partidos aliados, como PR e PSD – os raros dispostos a defender o fragilizado governo. O PP promete, com o rompimento, 40 votos favoráveis, de uma bancada com 49, ao impeachment – os otimistas falam em 45. Quem articulou minuciosamente o desembarque foi o deputado Jerônimo Goergen (PP-RS).
Porta fechada
O Palácio do Planalto apostou alto na aliança com o PP. Em ato considerado vital para a sobrevivência de Dilma, ofereceu a Caixa Econômica Federal e os ministérios da Integração Nacional e da Saúde ao presidente nacional do PP, Ciro Nogueira (PB). A negociação revoltou os deputados da bancada na Câmara. Foi o início da derrocada. Fiel escudeiro de Dilma, Ciro se recolheu para não perder o controle do partido.
Calendário Cunha
O roteiro definido pelo presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), na votação do impeachment, no domingo (17), complica o destino de Dilma. Cunha iniciará chamando deputados das regiões Sul e Sudeste, onde o apoio ao impedimento é bem maior. Quando chegar aos parlamentares das regiões Norte e Nordeste, ficará mais difícil às suas excelências votarem com o governo, especialmente por causa da pressão popular.
Lula otimista
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva esbanja otimismo após a pesquisa DataFolha que o coloca como candidato competitivo à Presidência da República. Segundo aliados do petista, Dilma pode até cair, mas ele se fortaleceria para as eleições de 2018. A oposição desdenha. Afirma que o ex-presidente não tem a força dos dois últimos pleitos.