Palocci e denúncia da PGR agravam situação de Lula e do PT


As revelações feitas pelo ex-ministro Antonio Palocci (PT-SP), peça estratégica dos governos petistas no país, têm potencial para complicar ainda mais a situação do ex-presidente Lula, tanto jurídica quanto politicamente.

Em depoimentos feitos na semana passada ao juiz Sérgio Moro, Palocci falou da existência de um “pacto de sangue” entre Lula e o empresário Emílio Odebrecht, o que reforçou a veracidade das delações realizadas pela Odebrecht no âmbito da Operação Lava-Jato.

Em seu depoimento, Palocci, além de confirmar os crimes pelo qual é acusado, confirmou a participação de Lula no processo. Embora o PT afirme que Palocci esteja buscando um acordo de delação premiada para reduzir sua pena (ele está preso desde setembro de 2016 e foi condenado por Moro a 12 anos de prisão), o depoimento do ex-ministro representa um fato extremamente negativo para os interesses de Lula e do PT.

Mesmo que outros delatores tenham revelado a participação de Lula no esquema de corrupção na Petrobras, essa é a primeira vez que um petista, integrante do chamado núcleo duro dos governos Lula e Dilma Rousseff (Palocci foi ministro da Fazenda de Lula e chefe da Casa Civil de Dilma), fala do envolvimento do ex-presidente no escândalo.

Não bastasse a questão Palocci, também na semana passada a Procuradoria-Geral da República (PGR) denunciou ao Supremo Tribunal Federal, por suspeita de integrar uma organização criminosa, os ex-presidentes Lula e Dilma, a senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR), atual presidente nacional da legenda, os ex-ministros Antonio Palocci, Guido Mantega, Paulo Bernardo e Edinho Silva e o ex-tesoureiro do PT, João Vaccari Neto.

Esses novos fatos (depoimento de Palocci e a denúncia da PGR) têm potencial para acelerar a condenação de Lula em segunda instância, o que poderia inviabilizá-lo como candidato ao Palácio do Planalto nas eleições de 2018. Sem falar que no caso de confirmação dessa condenação em segunda instância, o ex-presidente seria preso.

No campo político, o prejuízo para a imagem do ex-presidente é enorme. Como o envolvimento de Lula no escândalo foi revelado por uma pessoa da relação pessoal e política do ex-presidente (Antonio Palocci) os danos são incalculáveis.

Esse prejuízo político atinge fortemente também o PT, ampliando o desgaste do partido e a sua rejeição pela opinião pública.

Mesmo que o ex-presidente preserve capital político, sobretudo na Região Nordeste, e não tenha sido condenado em segunda instância, seus argumentos e os do partido vão ficando cada vez mais ralos, principalmente após as revelações de Palocci. E caso o ex-ministro feche um acordo de delação premiada, podem vir à tona fatos ainda mais graves.

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