Enquanto arde alta a fogueira nos bastidores do PSDB em torno da disputa entre Tasso Jereissati e Marcone Perillo pela presidência do partido e ainda ecoam os movimentos de João Doria pelo país, em declaração exclusiva à Arko Advice, Fernando Henrique Cardoso deu o norte para o tucanato nas eleições de 2018.
Foram apenas três aspectos apontados na curta entrevista. Todos de suma importância. O primeiro deles é que o PSDB estará unido em torno de uma candidatura presidencial. Para ele e como sempre, o PSDB – depois de muitas rusgas – convergirá para o apoio majoritário em torno de um candidato.
Foi assim em 2002 com José Serra. Também o foi em 2005 com Geraldo Alckmin. Em 2010, Serra voltou a ser candidato após disputa com Aécio Neves. Em 2014, Serra ensaiou uma disputa com Aécio. Mas a vez era do mineiro. Enfim, apenas FHC se livrou de disputas para ser eleito presidente em duas ocasiões.
Alckmin ganha terreno e Doria defende unidade
No momento, as rusgas do PSDB são outras. Referem-se sobre que vai comandar o partido. João Dória, cujo desempenho mediático o colocava em posição de destaque, perdeu energia. Até a infeliz declaração sobre Alberto Goldman, tudo dava certo para Dória. Não mais. Alckmin ganha terreno e tal fato é reconhecido por FHC que o considera estar melhor posicionado para ser o candidato presidencial do partido.
Na semana passada, ao participar de um evento na Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan), Doria defendeu a unidade do partido em torno de uma candidatura que possa fazer frente ao ex-presidente Lula (PT) e ao deputado federal Jair Bolsando (PSC-RJ).
O prefeito de São Paulo defendeu também a construção de um amplo arco de alianças para garantir um bom tempo de TV no horário eleitoral gratuito. Afirmou, ainda, que não será um agente “fracionador”. Faltou dizer que a preferência é de Alckmin.
Apoio às Reformas
O terceiro aspecto de relevância nas palavras de FHC é o apoio que o partido deve dar à agenda de reformas de Michel Temer. Para ele o apoio deve continuar a existir desde que o processo inclua políticas de redução das desigualdades. Porém, e como em política sem existem muitos poréns, tal condicionante termina dando uma porta de saída caso o apoio se torne eleitoralmente indesejável.
Resumindo a ópera tucana: o PSDB vai unido em torno de Geraldo Alckmin e irá tentar atrair um amplo grupo de partidos para constituir uma grande coalizão. Resta combinar com os outros e qual partido irá indicar um candidato a vice-presidente. De preferência bom de voto e do Nordeste.