O “messianismo” espreita o pleito de 2018, adverte Pedro Malan


Momentos de grande desilusão são portas de entrada para salvadores da pátria. Com a maioria dos eleitores fartos com todos os políticos, os eleitores de 2018 flertam com o messianismo.

Pedro Malan, economista que ajudou a consolidar no Brasil o conceito de responsabilidade fiscal, não descarta ver a Presidência da República entregue a um messias a partir de 2019. Ele não cita nomes.

Ligado ao PSDB, ele chega a elogiar os programas de transferência de renda implantados por Lula. Indiscutível, porém, que a “ideia Lula”, mais do que nunca, transmutou-se no papel de salvador da pátria.

Donde é seguido de perto por Jair Bolsonaro, a imagem escarrada do salvador. De fato, Lula e Bolsonaro não têm militantes, têm seguidores.

De novo, um salvador da pátria?

A visão do ex-ministro da Fazenda foi exposta em entrevistas divulgadas no dia 25 de agosto em três dos principais matutinos brasilianos: O Globo, Estadão e Folha de S. Paulo. “A ideia de que é possível um messianismo, um salvador da pátria, não serve para o Brasil de 2018”, refuta ele.

https://oglobo.globo.com/economia/o-brasil-esta-sob-riscos-alerta-ex-ministro-pedro-malan-23010342

https://politica.estadao.com.br/noticias/geral,estamos-num-curso-insustentavel-afirma-pedro-malan,70002472401

https://www1.folha.uol.com.br/mercado/2018/08/faltou-um-pouco-de-generosidade-para-o-presidente-lula-diz-pedro-malan.shtml

Em algum momento serviu? Bem, a maioria dos eleitores de 1989, quando Fernando Collor foi eleito, achou que servia. Porém, em pouco tempo, os votantes do século passado perceberam que estavam errados.

Quase três décadas depois, vamos outra vez eleger um messias para nos salvar?

 

* Itamar Garcez é jornalista

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