Macrotendências das eleições municipais


Faltando uma semana para o primeiro turno das eleições municipais, a tendência é que o PSDB consiga vitórias importantes nos grandes centros urbanos. Em São Paulo, a capital mais cobiçada do país por causa de seu peso político e financeiro, João Doria Júnior (PSDB) registrou um expressivo crescimento e deve ir ao segundo turno. Em queda nas pesquisas, Celso Russomanno (PRB) corre o risco de, assim como em 2012, ser derrotado no primeiro turno. Embora Russomanno ainda dispute uma vaga com Marta Suplicy (PMDB) no segundo turno, o mais provável hoje é que Marta seja a adversária de Doria.

O PSDB também tem grandes chances de vitória em Belo Horizonte, com João Leite, líder das pesquisas desde o início da disputa e provável adversário de Alexandre Kalil (PHS) no segundo turno. Candidato do senador Aécio Neves (PSDB-MG), João Leite é o favorito na disputa.

As possíveis vitórias de Doria, em São Paulo, e João Leite, em Belo Horizonte, têm potencial para fortalecer os projetos presidenciais do governador paulista Geraldo Alckmin (PSDB) e também do senador Aécio Neves.

O PMDB, embora ainda não esteja garantido no segundo turno em São Paulo e corra o risco de sofrer uma derrota precoce em primeiro turno no Rio de Janeiro, deve sair fortalecido das eleições. A exemplo de disputas anteriores, os peemedebistas devem manter a posição de partido com o maior número de prefeituras no país.

O grande derrotado das eleições municipais, conforme esperado, será o PT. Das 26 capitais, os petistas têm chance de vitória apenas em Rio Branco. Embora possam chegar ao segundo turno em Recife e Porto Alegre, suas chances de sucesso eleitoral nessas duas capitais são remotas. O partido também tende a sofrer uma derrota simbólica significativa em São Paulo, onde, pela primeira vez desde 1992, ficará de fora do segundo turno.

Ao lado do fortalecimento de PMDB e PSDB e do enfraquecimento do PT, partidos médios, como PRB e PSOL, podem conquistar vitórias importantes. O senador Marcelo Crivella, do PRB, pode conquistar o Rio de Janeiro.

Nascido como um partido à esquerda do PT, o PSOL poderá se beneficiar da crise vivida pelos petistas nos grandes centros urbanos. Além de ter chances de sucesso em Belém e Cuiabá, o partido pode chegar ao segundo turno no Rio de Janeiro e em Porto Alegre. No caso do Rio, a simples chegada ao segundo turno com Marcelo Freixo representaria uma vitória política para o PSOL, pois mesmo praticamente sem tempo de TV, superaria a coligação PCdoB/PT, que sustenta a candidatura de Jandira Feghali (PCdoB), e também o PMDB, do prefeito Eduardo Paes e de seu candidato Pedro Paulo.

O PSB também deve obter uma vitória simbolicamente expressiva. Mesmo após a morte do ex-governador Eduardo Campos, em 2014, os socialistas devem conseguir reeleger Geraldo Júlio como prefeito de Recife. Esse resultado, se confirmado, é importante para o PSB manter sua influência em Pernambuco.

Olhando o cenário nas capitais, existe uma modificação no que diz respeito às principais disputas políticas. Até 2012, os embates eram polarizados por PT e PSDB. Agora, diante do enfraquecimento dos petistas, o PMDB desponta como principal adversário dos tucanos nos grandes centros urbanos.

Postagens relacionadas

Institutos de pesquisa confrontam os likes do Twitter de Bolsonaro

Institutos de pesquisa confrontam os likes do Twitter de Bolsonaro

Possível liberação do aborto de fetos com microcefalia pelo STF é criticada na CAS

Usamos cookies para aprimorar sua experiência de navegação. Ao clicar em "Aceitar", você concorda com o uso de cookies. Saiba mais