A coligação Cambiemos, que representa o governo Mauricio Macri, obteve uma expressiva vitória nas eleições legislativas realizadas ontem (22) na Argentina. A coalizão governista obteve mais de 40% dos votos válidos em todo o país (ver tabela abaixo). Além de vencer em Buenos Aires, maior colégio eleitoral do país, derrotando a ex-presidente Cristina Kirchner em seu reduto eleitoral, o Cambiemos superou a oposição também nas províncias de Córdoba, Santa Fé e Mendoza. Além disso, surpreendeu e venceu em Chaco e Salta.
Na eleição para o Senado em Buenos Aires, Cristina Kirchner, que concorreu pela Unidade Cidadã, se elegeu novamente para o cargo, porém foi superada por Esteban Bullrich, candidato do Cambiemos. Bullrich teve 41,38% dos votos válidos contra 37,25% de Cristina, o que representou uma derrota política para a ex-presidente.
Em terceiro lugar ficou o ex-presidenciável Sergio Massa, candidato pelo movimento conhecido como Massismo, com 11,32%. Florencio Randazzo, ex-ministro dos governos Kirchner e que concorreu pelo Peronismo, teve 5,31%%. E Néstor Pitrola (Esquerda) obteve 4,75%.
Na eleição para a Câmara dos Deputados na capital argentina, Graciela Ocaña (Cambiemos), que concorreu representando o governo Macri como a primeira da lista, foi a mais votada com 42,18% dos votos válidos. Ela superou Fernanda Vallejos (Kirchnerismo), que conquistou 36,25%.
Felipe Solá, que concorreu pelo chamado Massismo, ficou em terceiro lugar com 11,03%. Nicolás Del Caño (Esquerda) obteve 5,33% seguido por Eduardo Bucca (Peronismo) com 5,21%.
Vitória do Cambiemos reduz custo da governabilidade
Na eleição de ontem (22) para a Câmara foram renovados 127 das 257 cadeiras (50% da Casa). A coligação governista Cambiemos, que hoje controla 33,46% da Câmara, passará a contar com 41,63% a partir de 10 de dezembro, data da posse da nova legislatura. Embora isso não garanta ainda maioria nominal, o custo da negociação para conquistar os votos necessários junto as demais forças políticas, e assim avançar na agenda de reformas proposta pelo presidente Mauricio Macri será menor.
Vale registrar que o Kirchnerismo reduziu de 28,40% para 25,68% sua força na Câmara. Além dos Cambiemos, quem também cresceu foi o Peronismo, passando de 6,61% para 13,22% sua representação na Casa. O avanço do Peronismo é uma importante notícia para Macri, já que parte importante da sigla tem votado com o presidente no Legislativo.
No Senado, o Cambiemos também aumentou sua representação. A coalizão governista, que era a segunda maior da Casa, será agora a primeira. A aliança de Macri controlará 33,33% do Senado. Hoje, esse percentual é de 20,83%. O Kirchnerismo ficou com o mesmo tamanho (15,27% de representação), enquanto o Peronismo diminuiu o controle de cadeiras na Casa de 37,5% para 30,55%, sendo agora a segunda maior bancada.
A vitória nas eleições legislativas argentinas traz como consequência para o presidente Mauricio Macri uma redução do custo da governabilidade. Com o Cambiemos fortalecido nas urnas, Macri terá mais condições políticas de avançar em sua agenda de reformas e fortalecer seu nome para as eleições presidenciais de 2019, quando poderá disputar à reeleição.
Mesmo tendo conquistado menos votos que o esperado, Cristina Kirchner conseguiu se eleger senadora. Assim, seu nome seguirá na bolsa de apostas como uma alternativa para 2019. Sérgio Massa, por sua vez, que foi candidato na sucessão presidencial de 2015, tendo ficado em terceiro lugar, perde força por conta do resultado adverso em Buenos Aires.