Lula pedalou, pedalou e perdeu duas vezes. Lula pedalou com mais força, mais afinco, venceu e vestiu a faixa verde e amarela na condição daquele que mais a mereceu na história do nosso país.
Lula seguiu vencendo e se tornou mito. Ser mito não é fácil. Ser mito embaralha o discernimento do certo e do errado. Ser mito confunde o servidor com o servido, e nesse caso o mito Lula serviu-se do banquete que não era dele.
Assim como Lance, Lula venceu um câncer e, assim como Lance, Lula seguia uma trilha de vitórias e conquistas que o descolavam da realidade.
No caminho, havia inimigos poderosos, mas aliados inseparáveis de uma sociedade que almeja ser justa. As leis. Mais do que isso, o nome menos glamouroso das leis: regras, que se tornaram apenas um pontinho distante na vida de mitos que já as ultrapassaram há tanto tempo.
Doping de Lula
Lula e Lance se doparam. O doping os ajudou a vencer e as vitórias os fizeram se dopar mais. O círculo vicioso viciou todos os que estavam embebedados com os mitos.
O doping de Lance fortaleceu seu fôlego, acelerou suas pedaladas. De tão moderno, só foi descoberto anos depois, pois não havia tecnologia necessária na época.
O doping de Lula turbinou seu partido, poliu a mensagem, trouxe amigos, criou laços financeiros.
Ainda há quem defenda e ame Lance. Carisma inegável e a capacidade sólida de ser o mito que o doping criou. Mas foi um mito de mentira.
O mesmo com Lula. Dirão que seu doping é irrelevante, que “muitos fizeram”. Verdade, mas quem fez nunca foi mito e quem quer ser mito nunca pode fazer o que Lula e Lance fizeram.