Jucá sobe tom contra o governo


Por mais de três horas e meia ocupando a tribuna do Senado, o recém-empossado presidente nacional do PMDB, senador Romero Jucá (PMDB-RR), afirmou nesta terça-feira (5) que assume o comando do partido “em um momento em que a classe política é chamada às suas responsabilidades”. No primeiro pronunciamento, o ex-líder do governo voltou a defender o impeachment da presidente Dilma Rousseff.

Em um dos momentos ele rivalizou com o senador petista Lindbergh Farias (RJ), que tem se destacado como um dos mais ardorosos defensores do governo contra o impeachment. Jucá lembrou que Lindbergh, então presidente da União Nacional dos Estudantes (UNE) em 1992, atuava com veemência no impeachment do ex-presidente Fernando Collor. Acrescentou ser inadmissível o que ocorre hoje no Brasil.

“O petrolão, tudo isso que está aí, é algo inimaginável. É inimaginável, alguns anos atrás – e eu participei do governo do presidente Lula –, o Brasil ter a leitura que tinha, e hoje nós temos aqui essa capa do New York Times, com a presidenta Dilma e o Brasil jogado no chão”, disse.

Segundo ele, o Brasil saiu do jogo da globalização. “Como é que nós vamos fechar as coisas que temos de fazer, os investimentos que temos de fazer, a economia que temos de gerir se nós estamos com essa leitura internacional? O mundo hoje é globalizado. O Brasil saiu do jogo. Nós temos de o reinserir na economia mundial” ponderou.

Em outro momento do discurso, Jucá definiu como legítimo o impeachment. “Se o impeachment, que é constitucional, tiver 342 votos, ele será legítimo, ele terá base parlamentar para fazer as mudanças que este País precisa fazer. Se não tiver, não terá. Agora, com 180 votos também, se a Presidenta Dilma os tiver, também não terá base parlamentar”, alertou.

No caso de Michel Temer assumir o posto, Jucá disse que ele sofrerá ataques de setores atrasados, bolivarianos e fundamentalistas. “Vão se juntar aí a Venezuela com o Estado Islâmico. Faz parte. É a demanda do atraso contra o futuro.”

Restou a Lindbergh reagir desapontado: “Estado Islâmico? Estado Islâmico? Ave Maria!”

Governo joga pesado contra impeachment

O governo da presidente Dilma Rousseff trabalha intensamente para anunciar o apoio de três partidos da base aliada que andam em cima do rumo, na iminência de romper a aliança com o Palácio do Planalto: PP, PR e PSD. Dilma acredita que, oferecendo novos ministérios aos partidos, conseguirá a adesão de 122 deputados contra o impeachment em tramitação em comissão especial. A oposição desdenha.

O escritório de Lula

A oposição cobra esclarecimentos sobre o “gabinete” que o ex-presidente Lula vem ocupando no hotel Royal Tulip, em Brasília. Lula tem usado o luxuoso hotel para receber deputados e senadores, negociando cargos e emendas contra o impeachment da presidente Dilma. A oposição quer saber quem está pagando essa conta.

Residência para educador físico

A Comissão de Educação, Cultura e Esporte do Senado – CE aprovou nesta terça-feira (05), projeto de lei do senador Ricardo Ferraço (PSDB-ES), determinando que a formação docente para a educação básica incluirá a residência como etapa extra à formação inicial. Ferraço havia proposto no texto original que a formação docente para a educação básica incluiria a residência de 2000 mil horas, divididas em dois períodos com duração mínima de 1000 horas. Entretanto, a relatora, senadora Marta Suplicy (PMDB-SP), introduziu uma emenda ao texto determinando a redução para 1.600 (mil e seiscentas) horas, em dois períodos com duração mínima de 800 (oitocentas) horas. Como a decisão da CE é em caráter terminativo, o texto segue agora para a Câmara dos Deputados, salvo se houver recurso para que seja votado no Plenário da Casa.

Dívidas de agricultores nordestinos

A comissão especial mista, com deputados e senadores, que analisa a medida provisória (MPV 707/2015) reúne-se na próxima terça-feira (12), para votar o relatório preparado pelo deputado Marx Beltrão (PMDB-AL). A MPV trata da renegociação de dívidas de agricultores nordestinos e caminhoneiros. O texto original recebeu mais de 90 emendas, das quais o relator promete acolher a maioria. Muito provavelmente, Marx apresentará um texto substitutivo (projeto de lei de conversão), que será submetido à votação no colegiado, seguindo, posteriormente, à votação no Plenário da Câmara.

A medida provisória enviada pelo governo suspende até 31 de dezembro de 2016 o envio das operações de crédito em atraso para inscrição em dívida ativa e para cobrança judicial, dando um ano a mais para os agricultores. A Lei 12.844/2013 havia concedido prazo de suspensão até 31 de dezembro de 2015.

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