A prisão do ex-ministro Paulo Bernardo sepulta as chances de retorno da presidente afastada Dilma Rousseff?
É claro que o desdobramento da Operação Lava-Jato, como essa operação, impacta negativamente no processo de impeachment. No entanto, gostaria de ressaltar que há um embate Dilma Rousseff e Michel Temer. Na realidade, independente do sucesso ou não do governo interino, o povo deu uma demonstração de que não quer mais o governo que estava. Não é um contra o outro. Trata-se de algo como um plebiscito ou referendo. Ou seja, nós queremos que ela continue fora do processo. O que quer que aconteça daqui para frente, se o Senado não entendeu isso, então não entendeu o recado das ruas.
A população está preocupada, então, com o afastamento definitivo de Dilma?
O que eu quero dizer é o seguinte: eu não sei se o Temer vai ficar. Nesse momento, o povo está preocupado com que a presidente Dilma não volte ao cargo. A partir daí, se outros elementos vierem comprometendo quem quer que seja, será um outro passo a ser dado em uma outra análise.
Mas o presidente em exercício Michel Temer trabalha pela definição do impeachment?
A todo momento eu vejo a imprensa querendo fazer um duelo. Não tem um duelo. Tem uma única certeza, que veio das ruas e que pode não ser unanimidade: praticamente 80% dos brasileiros não querem o retorno da presidente Dilma independente do que vier daqui para frente na Operação Lava-Jato.