O prefeito de São Paulo (SP), João Doria Júnior (PSDB), começa sua administração com alta popularidade, apontou o instituto Datafolha. Após um mês no comando da capital paulista, a gestão Doria é avaliada positivamente (ótimo/bom) por 44% dos entrevistados. Para 33%, a administração é regular, enquanto apenas 13% tem uma avaliação negativa (ruim/péssimo) do prefeito. 10% não sabem avaliar.
Doria é aprovado em todas as faixas de renda, mas se destaca entre os paulistanos com maior poder aquisitivo. Entre os entrevistados com renda mensal acima de 10 salários mínimos, a aprovação do prefeito atinge 66%. Já entre os entrevistados com renda de até 2 salários, a avaliação positiva de Doria cai para 35%. Nesse segmento, o prefeito é desaprovado por 20%, enquanto entre os paulistanos com mais de 10 salários, o índice soma apenas 10%.
A boa avaliação de João Doria Júnior é consequência da aceitação a sua agenda. Segundo o Datafolha, 59% são favoráveis ao programa Cidade Linda, que propõe um enfrentamento às pichações na cidade, carro-chefe da atual administração.
Por outro lado, 85% também são favoráveis ao chamado grafite. A aprovação a essa arte levou Doria a recuar após determinar que os grafites na avenida 23 de maio fossem apagados. De acordo com a pesquisa, 65% dos entrevistados avaliam que o prefeito agiu mal naquela oportunidade.
O aumento da velocidade máxima nas marginais também é aprovado (57% é a favor, enquanto apenas 37% são contrários). O programa Corujão da Saúde também é amplamente aprovado (67%).
Essa agenda proposta por Doria, chamada pelo prefeito de zeladoria, tem ajudado o tucano a ganhar uma grande visibilidade na cidade. Doria tem lançado mão de uma extensa agenda de trabalho, que começa as 7 horas da manhã, além de atividade midiáticas, apresentando-se aos paulistanos como um trabalhador a favor da cidade. Esses movimentos estão sintonizados com a imagem projetada por Doria na campanha eleitoral do ano passado, quando se apresentou como “João Trabalhador”.
Para registrar essa marca, além da intensa movimentação pela cidade, o prefeito utiliza suas redes sociais com frequência, divulgando visitas aos hospitais e as intervenções com roupas de gari.
Além da imagem de trabalhador, Doria se beneficia por ser um habilidoso comunicador. A estratégia do prefeito nesses primeiros dias de gestão também se opõem a chamada política tradicional, o que leva a comparações com o ex-presidente da República e ex-prefeito Jânio Quadros.
O próximo passo da fase de “lua-de-mel” de Doria com os paulistanos é avançar no programa de privatizações. O prefeito enviará, em breve, para a Câmara Municipal, as primeiras ações do chamado programa de Desestatizações, que prevê as vendas do Anhembi, Autódromo de Interlagos e da gestão do Bilhete Único (cartão eletrônico usado para o pagamento de grande parte nas viagens de ônibus na capital paulista) para iniciativa privada, além do Estádio do Pacaembu em regime de concessão.