O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), realizou importantes movimentos na semana passada visando às eleições presidenciais de 2018. Promoveu um jantar para a cúpula nacional do DEM no Palácio dos Bandeirantes.
O jantar representou um gesto político para evitar um afastamento ainda maior entre PSDB e DEM. Além disso, Alckmin pretende neutralizar um eventual desejo do deputado Rodrigo Maia (DEM-RJ), presidente da Câmara, de sair candidato ao Palácio do Planalto. No cenário traçado pelo governador, ele vê o DEM como aliado e quer evitar que essa legenda se transforme em potencial oponente.
Alckmin intensificou os movimentos em direção ao DEM depois que Maia começou a articular a filiação de dissidentes do PSB ao seu partido com o objetivo de fortalecer a bancada do DEM. Vale recordar que o PSB é visto pelo governador como um potencial aliado em 2018. Ou seja, caso uma parte do PSB migre para o DEM, Alckmin ficará com um aliado enfraquecido.
Maia está valorizando o passe do DEM
Porém, a continuidade da aliança PSDB e DEM, iniciada em 1994, dessa vez não será automática. A fim de robustecer o DEM, Rodrigo Maia, após o jantar com Alckmin, afirmou que seu partido “não tem condições de apoiar os tucanos na eleição presidencial”. Segundo Maia, a prioridade do DEM é eleger cinco governadores em 2018, além de fortalecer a bancada federal.
Embora tenha afirmado que não apoiará o PSDB na disputa do próximo ano pelo Palácio do Planalto, a reedição da aliança PSDB-DEM não deve ser descartada. Ao que tudo indica, Maia está valorizando o passe do partido nas negociações com os tucanos para obter concessões, sobretudo nas disputas estaduais em que o DEM acredita poder eleger o governador (Bahia, Goiás, Espírito Santo e Rio de Janeiro, por exemplo).
Como o PSB pode perder força se houver a migração de 14 deputados federais para o DEM, a aliança com o partido de Maia passou a ser muito importante para Alckmin, tanto na eleição para a Presidência da República quanto na sua sucessão em São Paulo.