Os temas mais relevantes desta segunda-feira 27/3 na política brasileira seguem a tendência das últimas semanas: impacto das reformas, atritos entre os poderes e os efeitos da Operação Lava-Jato nas eleições 2018.
O Estado publicou entrevista do ex-presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Ayres Britto, sobre a proposta de lista fechada para 2018. Britto afirmou que a mudança do sistema fere o artigo da Constituição que diz que “todo poder emana do povo”.
“Pela lista fechada, o candidato vai ficar situado entre o eleitor e o partido, isso não é soberania popular é soberania partidária. Se você colocar o partido como representante do povo, você substitui a democracia pela ‘partidocracia’”, disse.
Reeleição para preservar foro
Ainda sobre as eleições, a abrangência da Operação Lava Jato, o avanço das investigações e os pedidos de inquérito feitos pelo Procurador Geral da República, Rodrigo Janot, estão influenciando desde já o mapa de candidaturas para 2018. Senadores que pensavam em se candidatar à governador e deputados que pensavam em sair para o senado, estão cogitando tentar a reeleição para garantir o foro privilegiado.
E no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), o ministro Herman Benjamin, concluiu o relatório da ação que pode levar à cassação da chapa de Dilma Rousseff (PT) e Michel Temer (PMDB) nas eleições de 2014. O ministro já encaminhou o documento aos outros ministros da Corte Eleitoral e o julgamento da ação pode começar na próxima semana, informou a assessoria de imprensa do tribunal.
Para finalizar, a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado incluiu na pauta a proposta que altera a lei de abuso de autoridade. É mais um indicativo da insatisfação do poder Legislativo com as recorrentes ações do Ministério Público, Polícia Federal e poder Judiciário nas investigações que expuseram diversos esquemas de corrupção e todos os efeitos no cenário político atual.
(Estadão)