Levantamento realizado pela Arko Advice mostra como está a movimentação política nos seis maiores colégios eleitorais do Brasil (São Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro, Bahia, Rio Grande do Sul e Ceará), que, juntos, reúnem mais de 85,7 milhões do eleitorado nacional (58,62% do país).
São Paulo
O governador Geraldo Alckmin (PSDB) ainda procura um candidato para sucedê-lo. O desejo de Alckmin é que o prefeito da capital paulista, João Doria (PSDB), abra mão de disputar o Palácio do Planalto para ser candidato a governador, o que abriria o caminho definitivamente para a candidatura presidencial de Alckmin.
Utilizando a máquina do Palácio dos Bandeirantes, o governador também já começou a costurar apoios com os partidos dos quais é próximo, como o PTB, liderado em São Paulo pelo deputado estadual Campos Machado; o PP, controlado no estado pelo grupo do deputado federal Guilherme Mussi; e o PSB, do vice-governador Márcio França.
Nos demais partidos, as articulações ainda estão em compasso de espera.
Minas Gerais
O desgaste enfrentado pelo senador Aécio Neves (PSDB-MG), por conta de seu envolvimento na Operação Lava-Jato, e a resistência do também senador Antonio Anastasia (PSDB-MG) a concorrer novamente ao Palácio da Liberdade deixam o PSDB mineiro sem um candidato natural.
Assim, existe a possibilidade de o partido apoiar o ex-prefeito de Belo Horizonte (MG) Márcio Lacerda (PSB) na disputa. Pelo lado do PT, mesmo desgastado, o governador Fernando Pimentel deve sair candidato à reeleição.
Apesar de o PT ter se afastado do PMDB após o impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff (PT), é possível a reedição da aliança entre petistas e peemedebistas no estado, pois quem controla o PMDB em Minas Gerais é o vice-governador Antonio Andrade.
Rio de Janeiro
As principais lideranças do PMDB estão desgastadas. Embora o ex-prefeito do Rio Eduardo Paes (PMDB) esteja na bolsa de apostas como pré-candidato ao Palácio Guanabara, a tendência é que ele troque de partido por causa dos problemas enfrentados não apenas pelo governo Luiz Fernando Pezão, mas também pelo PMDB fluminense.
Assim, a legenda pode acabar apoiando o ex-prefeito e hoje vereador Cesar Maia (DEM), que se movimenta fortemente como pré-candidato a governador. Apesar de negar interesse em disputar o cargo, o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM), também figura como opção.
Nomes como o do ex-técnico da seleção brasileira de vôlei Bernardinho, que recentemente se filiou ao Partido Novo, do senador Romário (PODEMOS-RJ) e do deputado estadual Marcelo Freixo (PSOL), podem tentar surfar na onda da “antipolítica” e aparecer na disputa.
Rio Grande do Sul
O governador José Ivo Sartori (PMDB), provável candidato à reeleição, sonha com a construção de uma aliança que uniria PSDB, PP e PSB. Sartori quer ter o ex-prefeito de Pelotas, Eduardo Leite (PSDB) como vice, com a senadora Ana Amélia Lemos (PP) e o ex-deputado federal Beto Albuquerque (PSB) disputando o Senado.
Como contrapartida ao eventual apoio do PSDB a Sartori em 2018, o PMDB, que em Porto Alegre (RS) faz oposição ao prefeito Nelson Marchezan Júnior (PSDB), ingressaria na base aliada da administração municipal.
Outra variável para viabilizar a construção dessa coligação passa pelo cenário nacional, já que uma eventual aliança nacional entre tucanos e peemedebistas facilitaria o entendimento no estado.
Pelo lado da oposição, o ex-prefeito de Canoas, Jairo Jorge (PDT) procura aliados para fortalecer seu nome. Já o PT, bastante fragilizado, tenta convencer o ex-governador Tarso Genro a concorrer.
Outra opção, mais remota neste momento, é o partido apostar na ex-presidente Dilma Rousseff como candidata ao Palácio Piratini.
Bahia
O governador Rui Costa (PT) articula a reedição da coligação com o PP (do vice-governador João Leão) e o PSD (do senador Otto Alencar), para não ficar com uma aliança restrita apenas a PSB e PCdoB.
Atraindo PP e PSD, Rui acredita que poderá fazer frente ao favoritismo do prefeito de Salvador, ACM Neto (DEM), que, segundo as pesquisas de intenção de voto, se elegeria hoje governador em primeiro turno.
Neto terá PMDB e PSDB como aliados. Para o Senado, o prefeito deve ter o atual ministro da Secretaria de Governo, Antonio Imbassahy (PSDB), concorrendo ao cargo. Já na chapa de Rui Costa, um dos candidatos ao Senado deverá ser o ex-governador Jaques Wagner (PT).
Ceará
O governador Camilo Santana (PT) será candidato a um novo mandato em 2018 com uma chapa bastante competitiva. Um dos candidatos ao Senado será o ex-governador Cid Gomes (PDT).
A dúvida é sobre como o governador vai gerenciar seu palanque nacional, pois, ao mesmo tempo que é filiado ao PT, que muito provavelmente terá candidatura própria ao Palácio do Planalto, é aliado do ex-ministro Ciro Gomes (PDT), que também deverá concorrer à Presidência da República.
Outro que poderá compor com Camilo Santana é o presidente do Senado, Eunício Oliveira (PMDB-CE). Provável candidato à reeleição, Eunício afirmou recentemente que fará campanha para o ex-presidente Lula (PT) no estado, caso o PMDB não tenha candidato próprio ao Planalto.
Se Eunício não compuser com o PSDB, a oposição enfrentará dificuldades na eleição para governador. Hoje, o senador Tasso Jereissati (PSDB), que renova seu mandato apenas em 2022, é um potencial candidato.
Porém, perderá competitividade se não contar com Eunício Oliveira como aliado. Embora remota, existe a possibilidade de Eunício concorrer ao cargo de governador.