A eleição suplementar para escolha do novo governador do Amazonas classificou Amazonino Mendes (PDT) e Eduardo Braga (PMDB) para o segundo turno, que será realizado em 27 de agosto. Tanto Amazonino quanto Braga, que atualmente é senador, já governaram o Estado.
Amazonino Mendes, que tem o deputado estadual Bosco Saraiva (PSDB) como vice-governador, é apoiado pelo prefeito de Manaus, Arthur Virgílio (PSDB). Eduardo Braga, por sua vez, tem como parceiro de chapa o ex-deputado estadual Marcelo Ramos (PR), adversário político de Arthur.
Além da ida para o segundo turno de dois ex-governadores, ou seja, políticos tradicionais da política amazonense, vale destacar que o empenho do ex-presidente Lula (PT) em favor do candidato petista, o deputado estadual José Ricardo, não teve o efeito desejado, pois o representante do PT conquistou apenas 12% dos votos válidos, ficando em quarto lugar.
Disputa acirrada
O segundo turno no Amazonas promete ser bastante acirrado. Embora Amazonino Mendes tenha vencido Eduardo Braga por uma diferença superior a 13 pontos no primeiro turno, os votos da segunda colocada (deputada federal Rebecca Garcia) e do terceiro colocado (José Ricardo) tendem a migrar para o senador peemedebista no segundo turno. Apesar dessa vantagem de Eduardo Braga, a campanha no segundo turno será curta (apenas 20 dias), o que poderá ajudar Amazonino caso ele mantenha a vantagem conquistada no primeiro turno sobre Braga.
Braga não está alinhado com Temer
Vale registrar que embora Eduardo Braga pertença ao PMDB, partido do presidente da República, Michel Temer, o senador peemedebista não é politicamente alinhado com o Palácio do Planalto. Braga, que inclusive votou contra a Reforma Trabalhista, é próximo aos senadores Renan Calheiros (PMDB-AL) e Kátia Abreu (PMDB-TO).
A vitória de Braga deixará o PMDB com o comando de oito estados, quase 1/3 dos governadores do país. Um diferencial importante para 2018. O PDT ficaria com dois.
Eleição suplementar
O Amazonas está realizando eleições suplementares depois que José Melo (PROS) e Henrique Oliveira (SD), governador e vice eleitos em 2014, foram cassados por compra de votos. Desde a cassação de Melo e Oliveira, ocorrida em 09 de maio, o Estado é governado pelo presidente da Assembleia Legislativa, David Almeida (PSD), que no primeiro turno da eleição suplementar apoiou Rebecca Garcia.
Quem vencer a disputa entre Amazonino Mendes e Eduardo Braga completará o mandato do atual governador. Ou seja, a gestão do eleito irá apenas até 31 de dezembro de 2018. O vencedor poderá ser candidato à reeleição nas eleições de 2018.
O primeiro turno das eleições no Amazonas traz algumas revelações importantes:
- O desencanto do eleitor com a política: 24% de abstenções;
- Não houve eleição do “novo”, foram para o segundo turno dois políticos tradicionais;
- A estrutura partidária será fundamental numa eleição sem financiamento empresarial;
- O PMDB, mesmo desgastado por conta da Lava-Jato, está no segundo turno.