11 fatos sobre a Lava Jato


A prisão do ex-presidente da Câmara e deputado cassado, Eduardo Cunha, surpreendeu o Brasil e reacendeu a chama da Operação Lava Jato. Muito se especula se ela já atingiu o ápice ou se ainda há o que desvendar. A prisão de Cunha pode virar o jogo, caso o ex-deputado feche um acordo de delação premiada. O clima de tensão e expectativa em Brasília é evidente. Com tudo o que foi investigado os números são impressionantes, bem como o volume de trabalho para o MPF e STF. Veja uma lista com dados interessantes sobre a operação que escancarou a corrupção no Brasil:

1. Operação Lava-Jato:

O nome vem de uma das primeiras fases da investigação onde descobriu-se o uso de uma rede de postos de combustíveis e lava a jato como fachada para movimentação de recursos ilícitos.

2. Tempo da operação:

As investigações começaram em 2009, mas a operação só foi deflagrada de fato em 2013, quando ocorreu a ação que deu nome à toda a operação. O MPF por meio de interceptações telefônicas identificou organizações criminosas lideradas por doleiros, que mais tarde foram ligados à diretores da Petrobras. A força tarefa da Lava Jato, criada em 2014 para investigação de fraudes na Petrobras, encerraria seu trabalho em 2016, mas foi prorrogada até 2017.

3. Fases:

Cada fase recebe um nome fantasia. Na última semana de Setembro ocorreu a 35a fase, chamada Omertá, em referência ao acordo de silêncio entre os mafiosos italianos. Segundo a investigação “italiano” seria o codinome do ex-ministro Antonio Palocci. Outras fases que ficaram famosas foram: Pixuleco, com a prisão de José Dirceu; Catilinárias, busca e apreensão de documentos na casa do ex-deputado Eduardo Cunha; Triplo X, em referência ao suposto tríplex de Lula no Guarujá e Aletheia, com buscas no prédio do ex-presidente e de seu filho, Lulinha.

4. Força Tarefa do MPF:

Criada em abril de 2014, é composta por 11 procuradores dedicados às apurações da Lava Jato e comandada pelo procurador Deltan Dallagnol. Ganhou mais notoriedade com a denúncia contra Lula em Setembro.

5. Curitiba:

A “casa” da Lava Jato na 1a instância ficou sendo a capital paranaense, pois a 13ª Vara Federal Criminal de Curitiba é especializada em crimes financeiros e de lavagem de ativos. As primeiras denúncias vieram de lá e somente os casos com foro privilegiado foram levados ao STF. Cunha foi preso por Moro pois, cassado, perdeu o foro privilegiado e seu processo voltou à Curitiba.

6. Ações da PF:

1398 procedimentos instaurados, entre eles: 654 buscas e apreensões, 174 conduções coercitivas, 77 prisões preventivas, 92 prisões temporárias e 6 prisões em flagrante.

7. Abrangência:

O que começou com doleiros e postos de gasolina em Brasília chegou à Praça dos três Poderes. É o maior esquema de corrupção investigado até hoje no país. Nomes como o ex-presidente Lula, o ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha e ex-ministros como Guido Mantega, Antônio Palocci e José Dirceu engrossam a lista de investigados e presos pela Lava Jato.

8. Delação premiada:

Muitos investigados buscaram diminuição de suas penas em troca de informações úteis ao MPF no aprofundamento da operação. O delator mais conhecido foi o ex-senador Delcídio do Amaral que implicou 74 pessoas em seu relato entre eles Dilma Rousseff, Lula, Michel Temer, Eduardo Cunha, Renan Calheiros e Aécio Neves. Nem tudo o que o ex-senador relatou foi comprovado até o momento. Agora, a prisão de Cunha gerou um clima de tensão no Congresso pela possibilidade de um acordo de delação premiada.

9. Acusações:

Já foram feitas 49 acusações criminais, contra 239 pessoas e em 22 já houve sentença, pelos crimes: corrupção, crimes contra o sistema financeiro internacional, tráfico transnacional de drogas, formação de organização criminosa e lavagem de ativos, entre outros. Sete acusações de improbidade administrativa contra 38 pessoas físicas e 16 empresas.

10. Valores:

Os crimes denunciados envolvem pagamento de propina de cerca de R$6,4 bilhões. Cerca de R$3,6 bilhões podem voltar aos cofres públicos, R$745,1 milhões por repatriação e R$2,4 bilhões em bens já bloqueados.

11. Sentenças:

Até o momento foram 106 condenações, contabilizando 1148 anos, 11 meses e 11 dias de pena.

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