De acordo com o Boletim Epidemiológico do último sábado (4), o Ministério da Saúde utilizou somente 6,7% dos 46 milhões de testes prometidos para detectar Covid-19, o que colabora com a alta subnotificação dos casos no país.
Até sábado, a pasta tinha aplicado 3,1 milhões de testes, sendo 1,7 milhão de RT-PCR (molecular, pelo nariz) e outros 1,4 milhão de testes rápidos (sorológicos). Ou seja, no máximo 1,4% da população brasileira foi testada pelo coronavírus. Por outro lado, o objetivo era testar 25% dos 210 milhões de brasileiros. Com isso, o Brasil realiza 13,7 testes a cada 1 mil habitantes. Portugal realiza 124 testes por mil habitantes e os Estados Unidos, 109 testes por mil habitantes.
O consultor da Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI), Leonardo Weissemann, acredita que há falha na política pública de testagem, que tem sido pouco transparente sobre as ações tomadas e que, por isso, a proporção dos testes realizados não indica a realidade. Para o especialista, os casos da doença no país são bem mais do que os divulgados.