A ministra dos Povos indígenas, Sonia Guajajara, ressaltou, quarta-feira (10), que o governo continuará lutando para retirar os garimpeiros do território Yanomami. A declaração ocorreu após Lula anunciar, no dia 9 de janeiro, que destinará crédito extraordinário de R$ 1,2 bilhão para a implementação de ações estruturantes no território indígena.
– Vamos continuar juntos, lutando para retirar os garimpeiros do território Yanomami e de outras áreas indígenas que ainda têm invasores. Estaremos atuante, de forma permanente e continuada para a gente poder proteger os povos indígenas – completou Guajajara.
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Uma comitiva do Governo Federal esteve em território Yanomami, no estado de Roraima. Além de Guajajara, estavam a ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, e o ministro dos Direitos Humanos e da Cidadania, Silvio Almeida. Eles estiveram em uma aldeia, em Auaris, região transfronteiriça do Brasil com a Venezuela.
Na ocasião, lideranças indígenas Ye’kwana discutiram com os representantes do Governo Federal os avanços e desafios que os povos Yanomami e Ye’kwana enfrentam.
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Casa de Governo
A Casa de Governo vai gerenciar, presencialmente, o conjunto de medidas implementadas, bem como evitar a invasão das terras indígenas. A ação será composta por órgãos como Ministério da Defesa, Polícia Federal, Polícia Rodoviária Federal, Ibama, Funai, entre outros.
– Além das bases que nós já temos, teremos mais três. Elas serão montadas para dar suporte às ações da Funai, do Ibama e do pessoal da área de saúde. O presidente Lula determinou que esse território tenha segurança por parte do Ministério da Defesa. Ou seja, nós teremos que ter aqui uma ação do Exército, da Marinha, da Aeronáutica e da Polícia Federal – explicou Marina Silva.
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Crise sanitária Yanomami
O secretário de Saúde Indígena, Weibe Tapeba, ressaltou que a resposta à crise sanitária incluirá a instalação do primeiro hospital de saúde indígena no país, em Boa Vista. Além disso, com a ampliação da Casa de Apoio à Saúde Indígena (Casai). Outras medidas incluirão um centro de referência na região de Surucucu, bem como um plano para a construção e reforma de unidades de saúde indígena na TI Yanomami.
– Passamos a atuar em um território em que mais de 200 comunidades indígenas estavam desassistidas, com vazio assistencial, com subnotificação de dados epidemiológicos e mortalidade – pontuou Tapeba.