Até sexta-feira (1/4) a política continua pautada pela janela partidária, período em que a legislação eleitoral permite que deputados troquem de partido sem perder o mandato. A movimentação entre legendas tem sido, nos últimos dias, a principal preocupação de dirigentes partidários e lideranças políticas. Não à toa, a Câmara evitou pautar temas polêmicos, já que parte dos deputados estava envolvida com a troca de partidos.
O balanço ainda não está fechado, mas dá para se ter uma ideia da movimentação entre as legendas. Desde que foi aberta a janela partidária, o PL, partido do presidente Bolsonaro, filiou 25 deputados, o União Brasil perdeu 27 e o PP recebeu 5. Embora tenha recebido o menor número de deputados, o Partido Progressista tem em seu quadro o presidente da Câmara e o ministro da Casa Civil, ambos protagonistas no governo. Enquanto Arthur Lira define a pauta da Casa, dá prioridade a matérias de interesse do Planalto e tem grande influência no orçamento secreto, Ciro Nogueira é considerado o único superministro da Esplanada e passou a ter responsabilidade sobre a destinação do orçamento da União, esvaziando poderes da equipe econômica.
Já o Republicanos, que ficou com a menor fatia do bolo, é somente a quinta maior bancada da Câmara com 41 deputados. Contudo, o partido vai filiar nesta segunda o ministro Tarcísio de Freitas, pré-candidato ao governo de São Paulo e a ministra Damares Alves, que deve concorrer ao Senado pelo Amapá. A ministra que chegou a desistir de se candidatar voltou atrás após um pedido do presidente da República. A expectativa é e que ela anuncie sua candidatura no dia 31, último dia para se afastar do cargo.
Desincompatibilização
A semana deve ser de anúncios de desincompatibilização por toda a Esplanada. Pelo menos outros nove ministros devem deixar seus cargos para concorrer a mandatos políticos. Rogério Marinho, Onyx Lorenzoni, Tarcísio de Freitas, Tereza Cristina, João Roma, Marcos Pontes, Gilson Machado, Braga Netto e Flávia Arruda estão entre os confirmados.