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Tempo curto o Senado analisar textos de medidas provisórias reativam críticas à Câmara

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O tempo inferior a 24 horas que o Senado teve para apreciar a MP que reestruturou a Esplanada dos Ministérios reacendeu as críticas à Câmara na tramitação deste tipo de projeto. Normalmente, a tramitação de medidas provisórias começa pela Câmara e os deputados têm usado grande parte do prazo (120 dias) para análise dos textos.

Após longa negociação entre o Centrão e governo, deputados federais começaram a apreciar o texto da medida provisória na noite de quarta-feira, e só terminaram na madrugada de quinta-feira. Como a MP precisava ser votada no máximo até as 23h59 de quinta, senadores reclamaram de não terem conseguido nem ler o texto, muito menos propor alterações, o que exigiria que a proposta voltasse aos deputados e, inevitavelmente, estourasse o prazo de validade.

Integrantes da base aliada de Lula criticam o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), que segundo eles retarda o debate para ter controle sobre o desfecho das medidas provisórias. A oposição repete o argumento, mas fala de omissão do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), perante a disputa com a Câmara, o que cria condições para os excessos de Lira.

Diante da sua maior crise política desde o início do governo, o presidente Lula admite rever a articulação com o Congresso para manter a governabilidade no restante do mandato. O governo ainda busca caminhos para melhorar essa relação.

No receituário traçado por líderes partidários, a solução para o Palácio Planalto não ampliar a lista de derrotas em votações importantes inclui desde mudanças na composição dos ministérios até a definição de novos interlocutores com os parlamentares.

Um dos primeiros passos foi dado pelo ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha. Ele fez chegar ao presidente do Republicanos, Marcos Pereira, que gostaria de uma reunião nos próximos dias. Nem todos os ministros, escolhidos entre os eleitos para o Congresso em outubro do ano passado, conseguem garantir votos de seus partidos para aprovação de projetos do governo.

Mantida no cargo apesar dos desgastes pela suposta ligação com milicianos e da falta de adesão do seu partido, o União Brasil, ao governo, a ministra do Turismo, Daniela Carneiro, não tem rendido nem os cinco votos do dos deputados do seu grupo político para as matérias de interesse do governo na Câmara.

O partido passou a pressionar o Executivo para que a substitua pelo deputado Celso Sabino (PA). Daniela e o marido, o prefeito de Belford Roxo (RJ), Waguinho Carneiro, fazem parte de um grupo político composto por outros cinco deputados federais.

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