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Técnico x político: quem administrou melhor a Petrobras?

Nos últimos 13 anos, a Petrobras teve 11 presidentes, nove foram indicações políticas e apenas duas técnicas

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Após a demissão de Jean Paul Prates, a lista de presidentes da Petrobras só aumenta. Em meio a debates acalorados sobre a importância da eficiência operacional e transparência no setor energético, a comparação entre a expertise técnica e a influência política ganha destaque. Ainda mais com a indicação técnica da sucessora de Prates, Magda Chambriard. Logo, surge a questão: quem administrou melhor a estatal, o técnico ou o político?

Petrobras

Foto: divulgação/Agência Petrobras

Nos últimos 13 anos, a estatal teve 11 presidentes, nove foram indicações políticas e apenas duas técnicas.  No total, foram três nomes durante a gestão de Dilma Rousseff (PT), dois no governo Michel Temer (PMDB), quatro na gestão de Jair Bolsonaro (PL) e, atualmente, dois no terceiro mandato de Lula (PT). Contudo, esse troca troca fez com que as ações da Petrobras despencassem mais de 9%.

De acordo com os dados mais atualizados da Petrobras, no dia 7 de março, o ano de 2022, foi o período que a estatal mais obteve lucro líquido de R$ 188,3 bilhões de reais. Neste ano, quem comandava a empresa era Joaquim Silva e Luna, indicado pelo então presidente Bolsonaro. Mesmo com um perfil político, esse resultado auxiliou no aumento dos preços internacionais do petróleo, bem como na recuperação da demanda global. Ele assumiu abril de 2021.

Abaixo confira o desempenho dos presidentes da Petrobras

  • José Sergio Gabrielli (2011-2012)

Com o perfil político, o economista foi nomeado presidente da Petrobras durante o governo de Dilma Rousseff. Durante seu mandato, a empresa enfrentou desafios significativos, incluindo a descoberta de enormes reservas de petróleo na camada pré-sal. Gabrielli buscou expandir os investimentos, além disso desenvolver tecnologias para explorar essas reservas.

  • Maria das Graças Foster (2012-2015)

A indicação técnica de Dilma, fez Graça Foster ser a primeira mulher a presidir a Petrobras. Sua gestão foi marcada pelo escândalo de corrupção investigado pela Operação Lava-Jato, que teve um impacto significativo na empresa. Ela implementou medidas para melhorar a transparência e a governança da Petrobras, bem como buscar soluções para os problemas financeiros decorrentes do escândalo.

  • Aldemir Bendine (2015-2016)

Também indicado por Dilma Rousseff, Aldemir Bendine tem o perfil político e assumiu a presidência da estatal em um momento de crise financeira e escândalos de corrupção. Ele buscou restaurar a confiança dos investidores e promover a estabilidade da empresa, implementando medidas para reduzir os impactos negativos dos escândalos e melhorar a gestão interna.

  • Pedro Parente (2016-2018)

Nomeado por Michel Temer, Pedro Parente adotou uma abordagem focada na eficiência e na recuperação financeira da Petrobras. Ele, que possui perfil político, implementou uma política de preços mais alinhada com o mercado internacional. Além disso, promoveu um programa de desinvestimentos para reduzir a dívida da empresa, bem como de buscar medidas para melhorar a governança e a transparência.

Petrobras

Pedro Parente adotou uma abordagem focada na recuperação financeira – Foto: José Cruz/Agência Brasil

Dívida da Petrobras

  • Ivan Monteiro (2018-2019)

O executivo também indicado no governo de Temer e com o histórico político. Ele assumiu a estatal durante um período de transição após a renúncia de Pedro Parente. Ele possui vasta experiência no setor financeiro e energético. Sua gestão foi marcada pela busca da estabilidade financeira e pela implementação de medidas para reduzir a dívida da Petrobras. Além disso, de promover a transparência e a governança corporativa.

Monteiro é reconhecido por sua habilidade em lidar com desafios complexos e por sua visão estratégica para o setor de energia.

  • Roberto Castello Branco (2019-2021)

Nomeado por Jair Bolsonaro, Roberto Castello Branco priorizou a reestruturação e a eficiência da Petrobras. Ele buscou reduzir os custos operacionais, bem como aumentar a eficiência da empresa. Também promover um programa de privatizações e desinvestimentos para reduzir a presença estatal no setor de petróleo e gás. A indicação possui caráter político.

  • José Mauro Ferreira Coelho (2022)

É um experiente executivo brasileiro, indicado por Bolsonaro, para ser presidente interino da Petrobras. Embora sua passagem pela presidência da empresa tenha sido breve, Coelho possui uma sólida trajetória profissional no setor energético. Antes de sua nomeação como presidente interino da Petrobras, ele ocupou diversos cargos de liderança na empresa, contudo a nomeação foi política. Isso o ajudou a adquirir conhecimento sobre o funcionamento da indústria de petróleo e gás.

Petrobras

Foto: Valter Campanato/Agência Brasil

Governança corporativa

  • Caio Mário Paes de Andrade (2022-2023)

Foi um proeminente executivo brasileiro, indicado com caráter político por Bolsonaro, a presidente da Petrobras. Sua gestão na empresa foi marcada por um compromisso com a eficiência operacional, a transparência e a governança corporativa. Contudo, antes de sua nomeação, Andrade acumulou uma vasta experiência no setor energético, ocupando diversos cargos de liderança em empresas do setor.

Durante seu mandato, ele buscou fortalecer a posição da estatal no mercado global de energia, promovendo investimentos em pesquisa, desenvolvimento e inovação. Além disso, Andrade foi um defensor da responsabilidade social e ambiental da empresa, implementando medidas para mitigar os impactos negativos de suas operações.

  • Jean Paul Prates (2023-2024)

Nomeado por Lula, Jean Paul Prates enfrentou desafios internos e externos durante seu mandato como presidente da Petrobras. Sua gestão foi marcada por conflitos com ministros do governo, como Alexandre Silveira e Rui Costa, bem como sobre o direcionamento estratégico da empresa. Além disso, questões relacionadas à política de dividendos. Sua indicação foi política.

Petrobras

Foto: Ricardo Stuckert/PR

Indicação técnica

  • Magda Chambriard

Com o indicação técnica, a sucessora de Prates será a segunda mulher a ocupar o cargo de presidente. Lula a indicou nessa terça-feira (14). Ela possui uma sólida experiência no setor de energia, tendo atuado como diretora-geral da ANP. Nesse sentido, também possui uma longa trajetória na empresa, passado mais de duas décadas na estatal.

 

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