O instituto Datafolha realizou duas simulações para a disputa de 2022 ao Palácio dos Bandeirantes. No primeiro cenário, o ex-governador Geraldo Alckmin, que deve trocar o PSDB pelo PSD, aparece na liderança (ver tabela abaixo). Na segunda posição estão tecnicamente empatados considerando a margem de erro – dois pontos percentuais para mais ou para menos – o ex-prefeito Fernando Haddad (PT) e o ex-governador Márcio França (PSB). Um ponto mais atrás figura Guilherme Boulos (PSOL).
No segundo cenário, sem Alckmin e com a presença de vice-governador Rodrigo Garcia (PSDB), que deve ser o candidato do governo João Doria (PSDB), Haddad está numericamente à frente. Porém, em função da margem de erro, Haddad está em situação de empate técnico com França. Na terceira posição está Boulos.
CANDIDATOS | CENÁRIO 1 (%) | CENÁRIO 2 (%) |
Geraldo Alckmin (PSDB) | 26 | – |
Fernando Haddad (PT) | 17 | 23 |
Márcio França (PSB) | 15 | 19 |
Guilherme Boulos (PSOL) | 11 | 13 |
Tarcísio de Freitas (Sem partido) | 4 | 6 |
Rodrigo Garcia (PSDB) | – | 5 |
Arthur do Val (Patriota) | 4 | 5 |
Abraham Weintraub (Sem partido) | 1 | 2 |
Vinícius Poit (Novo) | 1 | 1 |
Branco/Nulo | 17 | 22 |
Indecisos | 3 | 4 |
*Fonte: Datafolha (13 a 15/09)
Por ora, os potenciais pré-candidatos associados ao presidente Jair Bolsonaro – o ministro da Infraestrutura, Tarcísio de Freitas (Sem partido) e o ex-ministro Abraham Weintraub (Sem partido) – assim como as alternativas do bolsonarismo dissidente – o deputado estadual Arthur do Val (Patriota) e o deputado federal Vinícius Poit (Novo) – têm baixa densidade eleitoral.
Vale registrar que o Datafolha não simulou cenários com a presença de Geraldo Alckmin e Rodrigo Garcia juntos, o que poderá acontecer se Alckmin for para o PSD, já que Garcia deve ser o candidato do PSDB a governador para as eleições de 2022.
A disputa pelo Palácio dos Bandeirantes deve ser bastante equilibrada. Hoje, a boa posição de Geraldo Alckmin, Fernando Haddad, Márcio França e Guilherme Boulos pode ser atribuída ao recall que eles possuem. Alckmin e Haddad concorreram à presidente nas eleições de 2018. França concorreu a governador em 2018 e a prefeito de São Paulo (SP) em 2020. E Boulos disputou a eleição presidencial de 2018 e concorreu a prefeito da capital paulista em 2020.
Caso concorram a governador, Alckmin e Garcia devem dividir o eleitorado tucano em SP. Garcia, que ainda é desconhecido na comparação com os rivais e terá a máquina do Palácio dos Bandeirantes a seu favor, tende a crescer, o que equilibrará a disputa.
Ainda não sabemos se França será candidato, principalmente se Alckmin concorrer. Uma eventual Alckmin e França, repetindo a dobradinha vitoriosa de 2014, tende a ser competitiva. Além disso, caso Haddad e Boulos consigam se unir, a esquerda tende a fazer 30% dos votos e chegar ao segundo turno. E temos ainda espaço para o crescimento de uma candidatura associada ao bolsonarismo.
Por conta de todos esses aspectos, a disputa pelo governo de SP está em aberto e indefinida, em que pese a vantagem inicial de Alckmin e Haddad.