Com a demissão de Jean Paul Prates, da presidência da Petrobras, Magda Chambriard o substituíra. O presidente Lula (PT) indicou a engenheira, nessa terça-feira (14), para comandar a estatal. Sua nomeação marca um novo capítulo na história da Petrobras, pois é a segunda mulher a ocupar o cargo de presidente, sucedendo a Graça Foster.
Chambriard possui uma sólida experiência no setor de energia e uma longa trajetória na empresa, tendo atuado como diretora-geral da ANP e passado mais de duas décadas na estatal.
Contudo, Magda Chambriard enfrenta desafios significativos. Entre eles o aumento dos investimentos da empresa para impulsionar o emprego, bem como estabilizar os preços dos combustíveis. Entretanto, ao mesmo tempo precisa assegurar a confiança do mercado financeiro e a sustentabilidade da companhia. A revisão do plano de negócios da Petrobras para os próximos anos, bem como a definição da política de dividendos são questões cruciais que exigirão sua atenção imediata.
Imbróglios até a indicação de Magda Chambriard
Prates enfrentava uma crescente pressão dentro da estatal desde 2023, com críticas públicas de ministros como Alexandre Silveira e Rui Costa, que questionavam sua gestão. A falta de intervenção direta de Lula era interpretada como um apoio indireto aos ministros, tornando a situação de Prates ainda mais complicada.
Os embates entre Prates e Silveira se intensificaram ao longo do tempo, especialmente em questões técnicas como a reinjeção de gás natural nos poços de petróleo da Petrobras. No ápice do conflito, em março de 2024, os representantes do governo no Conselho de Administração da empresa bloquearam a distribuição de dividendos extraordinários. A decisão foi atribuída a Silveira e Rui Costa.
Contudo, Prates, ao tentar intermediar a situação, acabou sendo derrotado e desautorizado por Lula. Ação que refletiu uma falta de alinhamento com os objetivos governamentais para a Petrobras.