Queda de braço entre Arthur Lira e Padilha não é de agora. Entenda

As rusgas entre o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), e o ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha (PT), não são de agora. Entretanto, nessa quinta-feira (11), foi à primeira vez que Lira declarou ofensas, abertamente, a Padilha.  À imprensa, o presidente da Casa disse que o chefe da pasta é um desafeto, além de pessoal, incompetente.

Foto: Valter Campanato/Agência Brasil e Foto: Pablo Valadares/Câmara dos Deputados

Além disso, Arthur Lira o acusou de dizer à imprensa que houve -partidarização – durante a votação na Casa da manutenção da prisão do deputado Chiquinho Brazão. Ele é investigado por ser o suposto mandante da morte da ex-vereadora Marielle Franco. Contudo, o parlamentar negou de que houvesse orientação à bancada do PP sobre o tema. Ainda, afirmou que os votos foram de cunho individual de cada parlamentar.

Entenda o embate entre Arthur Lira e Padilha

Na quarta-feira (10), ocorreu um anúncio significativo: Lira comunicou aos deputados petistas sua decisão de romper com o governo, destacando a impossibilidade de Padilha continuar no cargo. Porém, Lula sinalizou à pessoas próximas que não tem interesse em substituí-lo.

Esse desentendimento não é recente, remontando ao segundo semestre de 2023, quando Padilha e Lira cessaram suas comunicações. Desde então, a responsabilidade de intermediar com o presidente da Câmara recai sobre o ministro da Casa Civil, Rui Costa.

Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

Durante esse período, Lira expressou suas preocupações quanto à articulação política do governo de Lula a Rui Costa. Críticas foram feitas sobre o desempenho do ministro, incluindo falhas na realização de nomeações em estatais e na liberação de emendas. Em fevereiro, Padilha negou a existência de tensões entre o Palácio do Planalto e o Congresso Nacional, afirmando que o governo mantém uma relação positiva com ambas as casas legislativas.

Distribuição de recursos

No entanto, a relação entre Padilha e Lira se deteriorou devido a disputas pelo controle de recursos federais, mais especificamente relacionadas ao veto de R$ 5,6 bilhões em emendas parlamentares e à defesa da ministra da Saúde, Nísia Trindade, lideradas por Padilha.

Essas tensões se intensificaram quando Lula vetou um dispositivo do orçamento que previa o repasse de emendas de comissão para o Congresso. Padilha justificou o veto, alegando restrições orçamentárias devido à inflação. Esses conflitos não se restringem apenas a questões legislativas, mas envolvem disputas pelo controle e distribuição de recursos.

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