Em reunião com os novos presidentes da Câmara e do Senado, Jair Bolsonaro entregou aos parlamentares uma lista de 35 projetos considerados como prioritários pelo governo federal. O presidente defende o avanço de pautas econômicas, como as PECs Emergencial e dos Fundos Públicos, das reformas Tributária e Administrativa, e também das chamadas “pautas de costume”, como a flexibilização das regras para o porte de arma de fogo e a regulamentação do homeschooling.
Na lista também consta como prioridade a privatização da Eletrobrás, tema muito defendido pelo Planalto mas que divide opiniões dentro do Congresso, mesmo entre aliados de Bolsonaro.
O primeiro não interessado no avanço dessa pauta é justamente o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG). O senador se mostra resistente à ideia e se diz contrário ao que chegou a chamar de “entreguismo sem critério”.
“Não vou me comprometer com prazo, isso é um processo de longo e apurado estudo. Não é raciocínio fácil dizer que a Eletrobrás precisa ser vendida. Episódios recentes da vida nacional demonstraram que a iniciativa privada é muito boa, mas por vezes não tem compromisso social que o setor público tem”, disse em janeiro ao jornal Estado de S.Paulo.
Mesmo dentro do grupo do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), não há consenso.
“Eu acho que é uma pauta que não está madura na Câmara e vejo alguns especialistas dizendo que não é o melhor momento pra vender [a Eletrobras]; que se esperarmos um pouco mais poderemos valorizar a empresa antes de vender e conseguir um melhor preço”, declarou o 1º vice-presidente da Câmara, deputado Marcelo Ramos (PL-AM) à Arko Advice.