A votação para escolher quem vai disputar a presidência da República pelo PSDB acontece no domingo (21/11) e o clima dentro do partido é de que a disputa será acirrada. Parlamentares tucanos consultados pela Arko Advice avaliam que o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, entra na disputa fortalecido por significar uma renovação para a imagem da legenda e aparecer com menor rejeição nas pesquisas do que seu adversário, o governador de São Paulo, João Doria.
A última pesquisa PoderData, realizada entre os dias 25 e 27 de outubro, mostra que Eduardo Leite teria um desempenho melhor do que o de João Doria em um 2º turno contra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). O governador do Rio Grande do Sul teria 18% contra 48% do petista, uma diferença de 30 pontos percentuais. Doria perderia por 35 pontos percentuais, tendo 16% das intenções de voto contra 51% de Lula.
Bolsonaro, com 36% dos votos, fica numericamente abaixo, mas empata com Eduardo Leite na margem de erro, o governador teria 40% dos votos no 2º turno. Já Doria, ganharia de Bolsonaro com 46% dos votos, contra 38% do atual presidente. Assim, a vantagem numérica é um pouco menor. Nos cenários para o 1° turno, os tucanos aparecem empatados.
Mesmo entre apoiadores de Doria, existe uma percepção de que o governador do Rio Grande do Sul está à frente na disputa. Por outro lado, parlamentares avaliam que o governador paulista ainda pode surpreender, por causa do grande número de filiados do PSDB cadastrados para votar em São Paulo. O número em todo o país corresponde a 3% dos filiados no partido, o que equivale a 44,7 mil pessoas.
Na Câmara, o apoio de parte considerável dos deputados também fica com Doria. Dos 6 deputados que responderam à Arko, 5 declararam apoio ao governador paulista. Já no Senado, o cenário é dividido. Tasso Jereissati deixou a disputa em apoio a Leite. Já Izalci Lucas, o líder da bancada, integra a base do governador de São Paulo e garantiu vitória para Doria. “Ele vai ganhar”, cravou, sem explicar os motivos da certeza. Plínio Valério, por exemplo, mantém seu voto no ex-prefeito de Manaus Arthur Virgílio por questão de afinidade regional — ambos são do Estado do Amazonas.
Para a CNN Brasil, o PSDB informou que 90% dos tucanos com mandato no Executivo e Legislativo se registraram no aplicativo e estão aptos a votar. Alguns grupos se inscreveram em sua totalidade. Foram 100% dos 72 deputados estaduais, 34 deputados federais e 7 senadores. Nas prefeituras, esse índice chegou a 95%, há 491 prefeitos e 397 vice-prefeitos do PSDB cadastrados. Também estão inscritos 3.949 vereadores – 90% do total.
O apoio de parlamentares é importante devido à forma que as prévias foram estruturadas. O partido será dividido em quatro grupos, sendo que cada um terá peso de 25% sobre a decisão final. O primeiro grupo será formado por filiados sem mandato. O segundo por prefeitos e vice-prefeitos. O terceiro terá em sua composição vereadores e deputados estaduais e distritais. Já o quarto grupo será formado por membros do partido que foram eleitos a cargos de projeção nacional: governadores, vice-governadores, senadores e deputados federais, além do presidente nacional da sigla e os ex-presidentes.