O Senado aprovou, por 58 votos a 18, a indicação de Cristiano Zanin, para o Supremo Tribunal Federal. Primeiro indicado por Lula no atual mandato para a corte, Zanin é amigo do presidente, para quem advogou nas ações da Operação Lava-Jato, e precisava do voto de ao menos 41 senadores (maioria do total de 81 integrantes da Casa) para ser aprovado.
Ele ocupará a vaga de Ricardo Lewandowski, que se aposentou em abril, e poderá ficar no STF até novembro de 2050, quando completa 75 anos, limite para ministros da corte. Antes da aprovação pelo plenário do Senado, Zanin passou por sabatina na Comissão de Constituição e Justiça da Casa, onde teve seu nome aprovado por 21 votos a 5.
Durante a sabatina, pela manhã, Cristiano Zanin buscou afastar a marca de ser apenas o advogado do presidente Lula. Em suas respostas, a questionamentos dos senadores, o advogado afirmou que sua atuação no STF não se subordinará ao presidente.
A relação de proximidade e confiança com o presidente é incômoda e foi explorada pela oposição. Mas, a senadora petista de primeiro mandato, Teresa Leitão (PE), deu a dimensão da importância de Zanin na vida e na trajetória política do hoje presidente da República: “Graças a seu notório saber, Lula foi Lula livre, Lula inocente, Lula elegível, para com a vontade do povo ser hoje Lula presidente” e poder indicá-lo para o Supremo.
No segundo semestre, Lula terá direito a indicar outro nome para o STF. Em outubro, a presidente da Corte, Rosa Weber, completa 75 anos e terá que se aposentar. Entre os nomes já falados para substituí-la, já é mencionado o advogado-geral da União, Jorge Rodrigo de Araújo Messias.