Os recentes dados divulgados sobre o desemprego e o PIB no Brasil pressionam a equipe econômica do governo. De acordo com informações do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados do Ministério da Economia (Caged), o país fechou 1,1 milhão de vagas com carteira assinada em março e abril deste ano.
Conforme o IBGE, a taxa de desemprego subiu de 11,2% em janeiro para 12,6% no trimestre encerrado em abril.
Na última sexta-feira (29), o IBGE divulgou o resultado do PIB do primeiro trimestre do ano. Houve uma queda de -1,5% em relação ao quarto trimestre de 2019. O resultado reforçou as estimativas de queda de dois dígitos para o segundo trimestre, entre 12% e 15%. Ou seja, o baque no mercado de trabalho tende a continuar.
Os dados forçam o governo, no geral, e a equipe econômica, em especial, a anunciar medidas para conter os impactos na economia. Fora do auxílio emergencial, prevalece a impressão no meio políticos de que as medidas tomadas no âmbito da economia para combater a crise decorrente da pandemia são insuficientes. Tem-se também a percepção de que não existe unidade de ação e de narrativa mobilizadora.
É hora de o Ministério da Economia fortalecer as narrativas e robustecer as respostas para a crise. Comunicar é tão importante quanto governar. Caso não haja uma ação coordenada poderá ocorrer:
- Decréscimo de apoio dentro do governo;
- Pressão do Congresso por políticas de combate à recessão;
- Risco crescente de aprovação de medidas econômicas populistas e corporativistas; e
- No curto/médio prazo, busca por alternativas ao atual time.