Perspectivas para a popularidade do governo

As últimas pesquisas de avaliação do governo Jair Bolsonaro (PSL) têm apontado o seguinte cenário: parte do eleitor de centro, que vinha avaliando a atuação do governo como “regular”, começa a ter uma percepção negativa de sua gestão. Como consequência, a rejeição ao governo cresce, aproximando-se dos 40%.

Por outro lado, Bolsonaro continua com 1/3 da opinião pública fiel à sua agenda. E há ainda em torno de outro 1/3 considerando o governo “regular”. Diante desse quadro, há alguns sinais de alerta para a imagem do presidente que não devem ser desprezados pelo Planalto.

Embora a busca constante de polarização e de polêmicas gere uma mobilização da opinião pública de viés mais conservador em favor do presidente, uma parte do eleitorado que votou nele no segundo turno já transparece sua insatisfação.

Considerando que o desemprego deve recuar apenas lentamente nos próximos meses, dificultando a percepção de que o diagnóstico da equipe econômica está no rumo certo, pautas polêmicas como a indicação do deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) para ficar à frente da Embaixada do Brasil em Washington e atitudes agressivas, como a adotada recentemente em relação ao presidente da França, Emmanuel Macron, podem gerar maior rejeição ainda por parte da fatia mais moderada da opinião pública.

Assim, a combinação da recuperação econômica lenta com a postura presidencial polêmica pode incomodar cada vez mais o 1/3 do eleitorado que não é bolsonarista convicto. Como o presidente indica que não abandonará a polarização, é possível que a avaliação do governo por ora não melhore, permanecendo dividida em três terços.

Outra possibilidade é que a popularidade presidencial registre queda, o que poderá ocorrer se aumentar a percepção de que determinadas posturas do presidente não estariam à altura do cargo.

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