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Mudanças na equipe ministerial – Análise

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O novo desenho da Esplanada dos Ministérios, com a entrada de PP e Republicanos, traz consequências políticas relevantes para o cenário de curto prazo. Examinemos algumas delas.

Em primeiro lugar, cria um ambiente mais favorável para o governo no Poder Legislativo. Arthur Lira, presidente da Câmara dos Deputados, é do PP. E Lira teve papel decisivo nessa aproximação com o presidente Lula (PT).

Em segundo lugar, aumenta a influência do governo na agenda de votações, uma consequência do ambiente mais favorável no Congresso. Vale lembrar que o governo queria ter votado o marco fiscal na Câmara já na primeira semana de agosto, logo após o retorno da atividade legislativa. A demora na Reforma Ministerial acabou fazendo com que Arthur Lira adiasse por duas semanas a votação do projeto.

Em terceiro lugar, a entrada de PP e Republicanos aumenta o isolamento político do PL, em geral, e do ex-presidente Jair Bolsonaro, em particular. PP e Republicanos apoiaram a reeleição de Bolsonaro. Obviamente, integrantes dessas duas legendas foram eleitos graças ao apoio de Bolsonaro, ou seja, não obterão uma adesão integral ao governo. É oportuno mencionar os casos do senador Hamilton Mourão (Republicanos-RS), que foi vice de Bolsonaro, e do senador Ciro Nogueira (PP-PI), que foi seu ministro na Casa Civil.

Outro ponto a destacar é que o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, é o nome no campo bolsonarista mais cotado para concorrer à Presidência em 2026. Filiado ao Republicanos, a ala mais radical do bolsonarismo pode pressionar para que Tarcísio saia do partido. O grande problema é que não restam muitas outras opções de legendas para acomodar Tarcísio. A mais óbvia seria o PL, partido do ex-presidente.

Por fim, há o impacto da adesão de PP e Republicanos ao governo no processo de sucessão da presidência na Câmara, em 2025. O candidato de Arthur Lira é Elmar Nascimento (União Brasil-BA). E Marcos Pereira (SP), presidente do Republicanos, tem pretensões de ocupar o cargo. Assim como não interferiu na reeleição de Lira, o governo pode optar pela neutralidade na disputa para não comprometer a relação com os novos aliados.

André FufucaArthur LiraEsplanada dos MinistériosLulaPPProgressistasReforma MinisterialRepublicanosUnião Brasil

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