A mobilização realizada neste domingo (18) pelos grupos “Movimento Avança Brasil”, “Amor Pelo Brasil”, “Movimento Direita São Paulo”, “Movimento Conservador”, “São Paulo Conservador” e “Movimento Brasil Monarquista”, que integram o chamado bolsonarismo raiz, na Avenida Paulista, em São Paulo (SP), e em Copacabana, no Rio de Janeiro (RJ), registrou uma participação apenas moderada de seus simpatizantes. O protesto teve como pauta principal a defesa do impeachment do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes.
Pesou contra a mobilização a ausência do Movimento Brasil Livre (MBL) e do Vem Pra Rua (VPR), que, por reunirem militantes com um viés mais liberal do que conservador, não compareceram aos protestos. O feriadão também pode ter contribuído para esvaziar a mobilização. Outro fator foi a ausência de apoio do governo, principalmente do núcleo familiar do presidente Jair Bolsonaro.
Ao que tudo indica, isso se deveu ao fato de, na próxima semana, o STF julgar se o Conselho de Controle das Atividades Financeiras (Coaf) pode usar dados de cidadãos sem autorização judicial. Esse caso tem relação direta com a apuração em curso envolvendo o senador Flávio Bolsonaro (RJ).
O baixo comparecimento nas ruas sinaliza que a defesa de pautas mais radicais, como o impeachment de ministros do STF e a criação da CPI da Lava-Toga no Senado, acabam mobilizando apenas um setor minoritário da opinião pública. Como consequência, a pressão em favor da aprovação da Proposta de Emenda Constitucional (PEC) da Segunda Instância pode perder força no Congresso Nacional.
Embora os parlamentares lava-jatistas continuem as articulações para aprovar essa PEC, a proximidade do recesso legislativo e o fato de 2020 ser ano de eleições municipais podem dificultar sua tramitação. Principalmente porque os presidentes da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), tendem a continuar priorizando a pauta econômica.