O fortalecimento dos partidos de centro nas eleições municipais não deve levar a uma reforma ministerial. É o que defende o ministro das comunicações, Fábio Faria (PSD-RN). “Depois de 2018, não vai ter a volta do toma-lá-dá-cá. Não acredito que vai ter pedido por ministério. A agenda é outra”, disse em entrevista ao jornal Correio Braziliense.
Segundo o ministro, desde o início do governo, a equipe de Bolsonaro tem sido escolhida com base nas preferências pessoais do presidente, o que não deve mudar.
Faria diz que Bolsonaro orientou que sus ministros e secretários não se envolvessem com as eleições municipais e, ele mesmo, evitou participar ativamente de campanhas.
“A narrativa que foi colocada de que houve uma participação e, possivelmente, derrota do presidente Bolsonaro é totalmente incorreta”, avalia.
Eleição na Câmara
Na entrevista ao Correio, o ministro defendeu que Bolsonaro tenha uma atuação mais próxima na campanha para a presidência da Câmara dos Deputados. “Qualquer projeto que o presidente tem precisa do apoio, pelo menos de pautar, do presidente da Câmara”, analisou.
Segundo ele, Bolsonaro deve apoiar um candidato que seja “liberal na economia e conservador nos costumes” e citou nominalmente Arthur Lira (PP-AL), que já está em campanha pelo cargo.
Contudo, disse também que a Casa deve aproveitar enquanto Rodrigo Maia está no poder e focar na pauta liberal até a eleição. “Se for colocar a eleição em fevereiro na frente, a gente não vai votar nada”.
2022 e Aliança pelo Brasil
Na avaliação do ministro, para colocar nos trilhos a campanha da reeleição, Bolsonaro não deve se candidatar em um partido grande. “Ele vai querer ir para um partido no qual tenha controle”, explica.
Para Faria, é improvável que o centro consiga emplacar um candidato competitivo contra Bolsonaro. Ele avalia que em 2022 a polarização entre esquerda e direita ainda deve ditar a disputa.
5G, China e Huawei
Fábio Faria também opinou sobre a possibilidade de banimento da empresa chinesa Huawei na infraestrutura do 5G no Brasil. Segundo ele, a decisão será técnica e está nas mãos da Anatel.