O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, pediu, na Primeira Sessão do Segmento de Alto Nível para Chefes de Estado e Governo da COP 28, nesta sexta-feira (1º), maior compromisso dos países desenvolvidos para cumprir acordos ambientais. Segundo Lula, os investimentos em material militar para sustentar as guerras superam as metas para preservação do meio ambiente.
“É inaceitável que a promessa de 100 bilhões de dólares por ano assumida pelos países desenvolvidos não saia do papel enquanto, só em 2021, os gastos militares chegaram a 2 trilhões e 200 bilhões de dólares”, comentou Lula.
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Novas metas para a COP 28
O presidente também pediu metas mais ambiciosas, visto que as ações previstas no Acordo de Paris não serão suficientes para frear as mudanças climáticas. “Temos um problema coletivo de inação, outro de falta de ambição”, afirmou.
A inação é confirmada pelo ritmo lento de implementação dos objetivos assumidos por cada país, a Contribuição Nacionalmente Determinada (NDC, na sigla em inglês). “E, mesmo que estivessem, não conseguiriam manter a temperatura abaixo do limite de um grau e meio”, explicou o presidente.
Lula defendeu que o Brasil avançou em seus compromissos ambientais, inclusive em direção ao objetivo de zerar o desmatamento na Amazônia até 2030. No entanto, Lula alertou que mesmo a erradicação do desmatamento no Brasil não assegura a manutenção da floresta. “Mesmo que não derrubemos mais nenhuma árvore, a Amazônia poderá atingir seu ponto de não-retorno se outros países não fizerem sua parte”, avisou.
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O presidente projetou, em seu discurso, o tema central na COP 28 e nas próximas edições. O Brasil sediará o evento em 2025, em Belém.“Nos dois anos até a COP30, será necessário redobrar os esforços para implementar as NDCs que assumimos”, comentou.