Os três maiores estados do país – São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro –, que concentram mais de 60 milhões de votos, ou seja, 40,7% do eleitorado nacional, serão o fiel da balança da sucessão presidencial em outubro.
Como o Nordeste deve votar majoritariamente no ex-presidente Lula (PT) e as regiões Centro-Oeste e Sul tendem a se inclinar em direção ao presidente Jair Bolsonaro (PL), enquanto o Norte deve se dividir, quem levar a melhor no Sudeste, sobretudo em São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro, ficará mais próximo do Palácio do Planalto.
Segundo o Datafolha, a menos de três meses do primeiro turno Lula está em vantagem. O ex-presidente supera Jair Bolsonaro nos três estados. Constata-se que Lula está recuperando terreno no Sudeste quando se compara o voto válido que hoje ele possui ao obtido pelo ex-prefeito Fernando Haddad (PT) nas eleições de 2018 (ver tabela a seguir).
Isso significa que Lula está avançando sobre os eleitores do Sudeste. Neste momento, o ex-presidente venceria em São Paulo, que, tradicionalmente, é um reduto antipetista. Desde 1989, apenas em 2002 o PT venceu no estado. Já em Minas Gerais e no Rio de Janeiro, após os petistas vencerem os pleitos de 2002, 2006, 2010 e 2014, foram derrotados por Jair Bolsonaro nas eleições de 2018.
Chama atenção a perda de capital político de Bolsonaro nesses três estados do Sudeste. Se a eleição fosse hoje e se fizéssemos uma comparação com o resultado do primeiro turno de 2018, o presidente perderia 19,30 pontos percentuais em São Paulo, 17,55 pontos em Minas Gerais e 21,16 pontos no Rio de Janeiro.
Caso Bolsonaro não reverta esse cenário no Sudeste, dificilmente se reelegerá, já que no Nordeste, que concentra 27% do eleitorado, sendo a segunda região com mais eleitores no país, Lula tende a obter – segundo as sondagens de hoje – mais de 50% dos votos válidos em todos os estados da região.